Ameaçado de ser levado ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por gravar uma conversa com o presidente Jair Bolsonaro, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) diz que não gravou o presidente. No entanto, o parlamentar não descarta a hipótese de haver uma gravação da reunião em que Bolsonaro supostamente foi avisado de irregularidade no contrato de compra da vacina Covaxin. As informações são da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.

“Eu não estava sozinho na sala”, disse o parlamentar à Folha. “Estava com meu irmão [Luis Ricardo Fernandes Miranda, do Ministério da Saúde]. E não posso impedir que a pessoa ameaçada grave [uma conversa para se defender]”, diz o parlamentar.

Questionado se o irmão gravou a reunião, Miranda respondeu: “Se fosse eu, gravaria”.

Miranda e o irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, denunciaram à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid supostas irregularidades na compra da vacina.

No depoimento, eles disseram ter avisado Bolsonaro há três meses sobre as suspeitas e sobre uma “pressão atípica” para acelerar a importação. Na conversa, Bolsonaro teria citado o deputado federal Ricardo Barros (Progressistas-PR), líder do governo na Câmara, como o parlamentar que queria fazer “rolo” no ministério.

Ao contrário dos demais imunizantes, negociados diretamente com seus fabricantes (no País ou no exterior), a compra da Covaxin pelo Brasil foi intermediada pela Precisa Medicamentos. A empresa virou alvo da CPI, que autorizou a quebra dos sigilos telefônico, telemático, fiscal e bancário de um de seus sócios, Francisco Emerson Maximiano.

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* Com informações da Agência Estado


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