Luis Fernando Verissimo escreveu mais de 80 livros; relembre as principais obras

Luis Fernando Verissimo
Luis Fernando Verissimo Foto: EDUARDO NICOLAU

Morreu na manhã deste sábado, 30, em Porto Alegre (RS), o escritor Luis Fernando Veríssimo, aos 88 anos. Ele estava internado há três semanas no Hospital Moinhos de Vento, com quadro de pneumonia.

+ Escritor Luis Fernando Veríssimo morre aos 88 anos

Veríssimo sofria de Parkinson e problemas cardíacos. Em 2016, implaotou um marcapasso e, em 2021, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), o que resultou em dificuldades motoras e de comunicação.

Antes disso, em 2020, Verissimo passou por uma cirurgia para tratar um câncer ósseo na mandíbula.

escritor deixa a mulher, Lúcia Helena Massa, com quem casou em 1963, e três filhos e dois netos. Não foram divulgadas informações oficiais sobre velório e sepultamento.

Relembre algumas das principais obras do escritor

O Popular: Crônicas ou Coisa Parecida (1973)

Publicado em 1973, O Popular marca a estreia de Luis Fernando Verissimo com crônicas e cartuns. Na crônica homônima, o autor analisa o “popular”, personagem urbano citado em notícias como “populares socorreram vítimas” ou “um popular viu o incêndio”. Verissimo o descreve como uma figura sem raízes fixas, habitando as bordas dos eventos, típica das grandes cidades.

A Grande Mulher Nua (1975)
O livro reúne 56 crônicas repletas de humor inteligente, capturando o cotidiano com leveza e ironia. Cada crônica é acompanhada por cartuns ou charges, desenhados a bico de pena, com traços diretos e expressivos.

Ed Mort e Outras Histórias (1979)

Uma coletânea de contos que apresenta Ed Mort, um detetive particular brasileiro atrapalhado, sem dinheiro, mas de coração generoso. O personagem satiriza os clichês dos detetives norte-americanos com humor e ironia.

O Analista de Bagé (1981)

“O Analista de Bagé” é um livro com 27 crônicas sobre um psicanalista gaúcho que mistura Freud com a cultura e o jeito de falar do sul do Brasil. Ele trata seus pacientes de forma divertida e inusitada, usando métodos como o “joelhaço” e o chimarrão para resolver problemas psicológicos.

Comédias da Vida Privada (1994)

“Comédias da Vida Privada”, de Luís Fernando Veríssimo, é um livro de crônicas que descreve com humor e ironia o cotidiano da classe média brasileira, explorando  relacionamentos amorosos, vida familiar e os conflitos diários, transformando as frustrações do dia a dia.

O Clube dos Anjos (1998)
Uma sátira sobre a gula que conta a história de amigos que se reúnem para comer, tratando a comida como um ritual. Após anos de jantares sofisticados e a morte do líder, um cozinheiro misterioso revive o grupo. O livro explora como o prazer intenso da comida leva os membros a morrerem, um a um, após cada refeição, sem temer a morte.

As Mentiras que os Homens Contam (2000)

Outra coletânea de crônicas humorísticas, que explora as mentiras que os homens contam no dia a dia, seja para proteger as mulheres, proteger a si mesmos, ou manter a harmonia social.

Sexo na Cabeça (2004)

Com 45 crônicas, o livro explora de forma humorada a intimidade, o desejo e os desafios da sexualidade na vida moderna. As histórias abordam a sedução, a paixão, tabus e as particularidades dos relacionamentos a dois.

Os Espiões (2009)
Narra as aventuras de um editor frustrado e seus amigos de bar que, após receberem o manuscrito de uma enigmática e sedutora “Ariadne” anunciando seu suicídio, iniciam a “Operação Teseu” para localizá-la e salvá-la.

Quem foi Luis Fernando Verissimo

Verissimo foi escritor, cartunista, tradutor, roteirista de televisão, autor de teatro, romancista e saxofonista. Ele era filho do também escritor Erico Verissimo e de Mafalda Verissimo.

Ele viveu parte da sua infância nos Estados Unidos porque o Erico – um dos maiores nomes da literatura nacional, autor de obras como ‘O Tempo e o Vento’ – lecionava nas universidades de Berkeley e de Oakland.

Ele começou sua carreira no jornal Zero Hora, de Porto Alegre, como revisor, e posteriormente trabalhou como tradutor e redator publicitário no Rio de Janeiro.

Seu primeiro livro foi ‘O Popular’, publicado em meados de 1973, uma coletânea de seus principais trabalhos.

Ele teve mais de 60 livros publicados e 5,6 milhões de cópias vendidas, contemplando desde crônicas a quadrinhos – com edições célebres como Analista de Bagé e da Velhinha de Taubaté, cuja primeira satiriza a psicanálise e os costumes gaúchos através do personagem de um analista freudiano ‘à moda do pampa’.

Ele publicou ‘Grande Mulher Nua’ em 1975 e, quatro anos depois, lançou Ed Mort e Outras Histórias, uma edição que era um compilado de crônicas.

Como cartunista, ganhou notoriedade com as charges da Família Brasil e as tiras As Cobras.

Verissimo também foi colunista dos jornais’O Estado de S.Paulo’, ‘O Globo’ e ‘Zero Hora’.