Luis Estrelas prepara para junho uma imersão entre tutores e seus cães

Luis Estrelas prepara para junho uma imersão entre tutores e seus cães. Foto: Divulgação

Imagine você ter presenteado sua família com um casal de lulu da pomerânia e, dentre seus planos, passar as próximas férias em uma praia do Nordeste. A ideia é levar todos seus herdeiros de carro. No entanto, descobriu, em viagem anterior, que os cães latiam sem parar e passavam mal durante o trajeto de carro. Um desafio e tanto. Há solução? “Quem poderia me ajudar nesta questão?”, pensa você. Hora de acionar Luis Oliveira, ou, como é mais conhecido, Luis Estrelas, 50 anos.

A tarefa dele é educar e treinar cães para as mais diversas atividades, desde aprender onde realizar necessidades fisiológicas até a socialização com outros cães e também seres humanos. A novidade é que todas essas habilidades serão transmitidas em curso presencial no dia 24 de junho na escola de treinamento Estrelas Animais, no Brooklin, em São Paulo.

O curso para os tutores e seus animais de estimação foi batizado de “Cão na Linha” e se baseará em cinco temas. No primeiro, comandos básicos. Como “senta”, “deita”, “fica”, “vem”, “larga” e “não”, ou seja, a base do treinamento para ensinar como um cachorro se comportar em diferentes situações. Na hora do comportamento social é o momento de ensinar os cães a se relacionarem de forma adequada com outros animais e seres humanos, sem exibir agressividade.

Gasto de energia

Na aula sobre habilidades para obediência eles aprenderão a responder rapidamente aos comandos, evitando, assim, comportamentos indesejados como puxar coleira e/ou pedir comida. Um dos momentos, certamente, dos mais esperados é o “xixi no lugar certo”. A ideia dessa aula é ensinar como se recompensa se o cão faz o que tem de fazer no lugar certo, além de como se deve usar fraldas e weasy bag. Para finalizar, gerenciamento de energia, que é a orientação sobre o gasto energético, seja através dos passeios regulares, jogos de busca, brinquedos de estimulação mental e muito mais.

Luis Estrelas, baiano de Iraquara, irmão de sete, residente em São Paulo, diz que desde pequeno vislumbrou trabalhar com animais. “Você quer ser o que quando crescer?”, perguntou uma professora ao adolescente na época em que os alunos começam a pensar em futuro. “Treinador de animais”, disse ele. “Isso não é profissão”, completou a orientadora. O tempo comprovou que ele havia entendido desde cedo qual missão deveria seguir.
“Aos oito anos fui mordido no rosto pelo cachorro de um parente. Fiquei muito assustado e tive a cabeça toda enfaixada. A partir daquele momento, decidi aprender a lidar com os animais, para que incidentes como aquele não acontecessem mais comigo, nem com os outros”, diz. Começou passeando com os pets e, pouco a pouco, especializou-se, há 35 anos, no tema.

Floquinho

Os cantores e compositores Paula Fernandes, Chitãozinho e Sandy; o empresário e DJ Alok; os atores Cláudia Raia, Reynaldo Gianecchini; os apresentadores Fausto Silva, Adriane Galisteu, Sabrina Sato e Ana Paula Padrão; e o empresário Jorge Paulo Lemann, sócio-proprietário da Ambev já conheceram as vantagens de trabalhar com a equipe de Estrelas.
Ele se tornou, inclusive, referência em animais de cena para filmes e publicidade. No momento, soma 3 mil atuações nessas áreas. Dos mais conhecidos, podemos citar o lhasa apso que interpreta Floquinho no longa-metragem “Turma da Mônica –Laços”, de Daniel Rezende, e o beagle Pipoca, ícone dos comerciais da Net. Como citado acima, a casa do Brooklin também é famosa por suas consultorias especializadas para donos e personalidades da mídia. Poucos, no entanto, conseguem levar seus filhotes pessoalmente à escola.

O empresário situa que não obriga nenhum tutor a estar presente em todas as aulas. “Entendo a rotina corrida dos clientes e exigir isso seria um empecilho. Faço, então, de uma forma que o animal respeite os comandos de qualquer pessoa, seja quem for. O cachorro, logo, não obedece apenas ao mestre, mas age com educação com todos ao redor, inclusive, na presença de outros pets. As aulas de socialização servem justamente para isso”, diz.

Petiscos

O adestrador usa duas formas de recompensa nos treinamentos, além dos petiscos, carinho e brinquedo. Ele diz que, dessa forma, o cão não fica tão vidrado na recompensa. “Quando você ordena uma tarefa, ele não olha para a sua mão ou o seu bolso (à procura do biscoito), e sim para os seus olhos. Creio que seja uma forma mais humanizada de domá-los”.
O luxo de educação para essas “crianças” inclui etiqueta em restaurantes e hotéis. Os tutores gostam de levar toda a família para uma refeição ou um descanso especial, e isso inclui os peludos. “Criamos a situação real, muitas vezes no próprio restaurante ou no hotel frequentado pelos familiares”, diz. Há casos também de treinamento para passeios em automóveis e helicópteros. A mensalidade custa R $4.000,00, e as negociações dependem do tipo de treinamento. Estrelas explica que evita cães reativos/agressivos. “Não é nosso perfil”, diz.
Estrelas explica que a questão do transporte dos cães é recorrente na escola. O profissional diz que na Europa e nos Estados Unidos os tutores costumam levar seus filhotes em caixas de transporte. “No Brasil há dó em se fazer isso, portanto um treinamento adequado pode transformar uma viagem em um acontecimento tranquilo, sem estresse ou desarranjos”, afirma.

Curso

Para este ano, há muitos planos. Além do curso presencial, haverá um outro on-line na sequência, privilegiando, assim, quem não consegue se deslocar com facilidade até o Brooklin paulistano. Estrelas também deverá expandir sua escola até Orlando, nos Estados Unidos, para Minas Gerais e em outra região da capital paulista.
Planejado, também, a ida de Matheus Oliveira e Joseph, campeão latinoamericano de canicross, a um campeonato na Suécia. As provas que os envolve chegam a oito quilômetros de subidas e descidas a uma velocidade de 30 quilômetros/hora. Joseph pratica esteira, natação e tem dieta balanceada.