Luigi Mangione foi registrado como desaparecido pela família antes de assassinato de CEO em Nova York

Luigi Mangione foi registrado como desaparecido pela família antes de assassinato de CEO em Nova York

A família de Luigi Mangione, de 26 anos – preso pelas autoridades americanas nesta segunda-feira, 9, em Altoona, na Pensilvânia (EUA), acusado de ser o responsável pela morte de Brian Thompson, CEO da seguradora UnitedHealthcare – registrou o jovem como desaparecido em 18 de novembro após ele sumir das redes sociais e parar de responder parentes e amigos. As informações são do “The Guardian” e do “The New York Post”.

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Mangione foi preso em um McDonald’s após ser identificado por um funcionário que acionou as autoridades. O suspeito estava em um estabelecimento localizado em Altoona, na Pensilvânia, a cerca de 450 quilômetros de distância de Nova York, onde Brian Thompson foi morto a tiros em frente a um hotel.

De acordo com as investigações, o jovem havia parado de entrar em contato com familiares nas semanas que antecederam o assassinato. A mãe de Mangione o registrou como desaparecido no dia 18 de novembro.

Uma conta do Reddit atribuída a Mangione fazia postagens sobre como lidar com espondilolistese, uma condição em que uma vértebra, geralmente na parte inferior das costas, sai do lugar. O usuário da rede social afirmou em uma publicação que as dores pioraram após uma aula de surfe, algo que também aconteceu com o suspeito de matar Thompson.

Após passar por cirurgia, o jovem fez inúmeras postagens no X (antigo Twitter) sobre a luta contra a condição e a sua lista de leitura no site GoodReads incluía cinco livros sobre como lidar com dores crônicas nas costas. Depois do procedimento, Mangione sumiu das redes sociais e parou de responder a amigos e parentes.

Quem é Luigi Mangione?

Mangione pertence a uma família rica de Baltimore que fez sucesso nos negócios. O avô do suspeito construiu um império imobiliário que compreendia lares de idosos e clubes de campo no estado de Maryland.

Os parentes do sujeito declararam que só receberam informações pela mídia e estão “chocados e devastados com a prisão de Luigi”. A declaração foi postada por Nino Mangione, deputado estadual de Maryland pelo Partido Republicano.

O suspeito se formou em 2016 como orador da sala na escola particular para meninos Gilman, em Baltimore, com as melhores médias da turma. Posteriormente, Mangione cursou ciência da computação e matemática na Universidade da Pensilvânia, se graduando com mestrado e bacharelado em 2020.

O americano ainda trabalhou como conselheiro em um programa da Universidade de Stanford e engenheiro de software no site de vendas online de automóveis TrueCar. O endereço mais recente conhecido de Mangione era Honolulu, no Havaí, onde ele viveu por seis meses em um espaço de coworking e coliving, enquanto trabalhava remotamente.

Nos últimos anos, Mangione sofria de um problema na coluna e passou por cirurgia para tratá-lo, afirmou um amigo próximo. O suspeito liderava um clube do livro no Havaí e gostava de praticar caminhadas e fazer yoga. Um colega do americano afirmou que ele sentiu dores nas costas após comparecer a uma aula de surfe.

Desde junho deste ano, Mangione sumiu das redes sociais e parou de se comunicar com familiares e amigos. Em um de seus perfis, o suspeito exaltou o livro de Ted Kaczynski, conhecido como “Unabomber”, um criminoso que escreveu um manifesto anti-tecnologia em 1995 e enviava bombas por correio.

“É fácil descartar isso de forma rápida e insensata como o manifesto de um lunático. […] Ele era um indivíduo violento – preso corretamente – que mutilou pessoas inocentes. Embora essas ações tendam a ser caracterizadas como as de um ludita louco, elas são mais precisamente vistas como as de um revolucionário político extremo”, escreveu Mangione na sua resenha.

Relembre o crime

Brian Thompson, de 50 anos, foi morto a tiros do lado de fora de um hotel de Manhattan na manhã da quarta-feira por um homem mascarado que parecia esperar sua chegada antes de atirar no executivo pelas costas.

O suspeito fugiu do local e, em seguida, foi de bicicleta até o Central Park. Um vídeo de vigilância o flagrou saindo do parque e pegando um táxi para uma estação de ônibus no norte de Manhattan, onde a polícia acredita que ele tenha usado um ônibus para fugir da cidade.

As palavras “deny” (negar), “defend” (defender) e “depose” (depor) foram gravadas em cartuchos de balas encontrados na cena do crime, segundo a mídia local. As palavras evocam o título de um livro que critica o setor de seguros, publicado em 2010, intitulado “Delay, Deny, Defend: Why Insurance Companies Don’t Pay Claims and What You Can Do About It” (“Atrasar, Negar, Defender: Por Que As Seguradoras Não Pagam Os Sinistros E O Que Você Pode Fazer A Respeito – em tradução).

O assassinato de Thompson desencadeou uma onda de manifestações online entre norte-americanos frustrados com negativas de planos de saúde em atender seus pedidos de atendimento, ou que enfrentaram custos inesperados ou tiveram que pagar mais para receberem atendimento médico – todas tendências que estão aumentando, de acordo com dados recentes.

*Com informações da Reuters