ROMA, 07 JAN (ANSA) – O responsável da companhia aérea alemã Lufthansa pelo “caso Alitalia”, Joerg Eberhart, participou nesta terça-feira (7) de uma audiência na Comissão de Transportes da Câmara dos Deputados da Itália, em Roma, e reiterou que a maior empresa de aviação civil do país precisa de uma “profunda reestruturação”.   

A estatal italiana Ferrovie dello Stato (FS) tenta atrair a Lufthansa para um consórcio para salvar a Alitalia, mas a companhia alemã diz que não investirá enquanto a concorrente não passar por um processo de saneamento financeiro e operacional.   

“Estamos convencidos de que é inevitável uma profunda reestruturação da Alitalia. Apenas assim ela ganhará o tempo necessário e, partindo de uma posição de força, poderá escolher livremente entre os três sistemas mais fortes na Europa”, disse Eberhart, em referência a Lufthansa, Air France e International Airlines Group (IAG), dono da British Airways.   

A Alitalia está sob intervenção do governo desde maio de 2017 e só consegue se manter em operação graças a 1,3 bilhão de euros em empréstimos públicos – quantia que será restituída aos cofres do Estado no momento da venda.   

A última negociação envolvia um consórcio liderado pela FS e que também contava com a holding rodoviária Atlantia e a companhia americana Delta, mas as partes não conseguiram chegar a um acordo sobre o plano de negócios.   

Por conta disso, o governo italiano adiou mais uma vez o prazo final para a venda da Alitalia, desta vez para 31 de maio de 2020. “Apesar de encontros positivos com FS e Atlantia, não encontramos ainda um plano comum que permita à Lufthansa propor um investimento”, disse Eberhart, também CEO da companhia italiana Air Dolomiti, subsidiária do grupo alemão.   

“Do nosso ponto de vista, é mais vantajoso fazer uma parceria forte do que um investimento”, acrescentou.   

Ex-companhia de bandeira, a Alitalia foi privatizada e hoje tem 51% de suas ações nas mãos da holding Compagnia Aerea Italiana (CAI) e 49% com o grupo árabe Etihad Airways.   

Após ter ficado à beira da falência no início de 2017, a empresa sofreu uma intervenção do governo, que concedeu empréstimos públicos para garantir sua sobrevivência e a administra desde então. (ANSA)