O Banco do Brasil encerrou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido ajustado de R$ 6,613 bilhões, um salto de 34,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Em três meses, houve alta de 11,5%.

De acordo com o banco, o crescimento da carteira de crédito e também das receitas com serviços levaram ao resultado, que é o maior de toda a série histórica. Entre os quatro maiores bancos brasileiros listados, o BB teve o maior aumento anual no lucro.

Ao final de março, a carteira do banco público era de R$ 883,5 bilhões, saldo 16,4% maior que no mesmo mês de 2021, e 1% acima do registrado em dezembro. Houve crescimento em todos os segmentos, com destaque para o agronegócio, em que o BB é líder, e que cresceu 28,3% em um ano.

Nas receitas, o banco colheu R$ 15,332 bilhões em margem financeira bruta, que mede o resultado com operações que rendem juros. É uma alta de 5,6% em um ano puxada também pelo crédito. As receitas financeiras do banco com operações de crédito tiveram uma forte alta de 38,6%, para R$ 23,903 bilhões no primeiro trimestre.

O resultado da tesouraria, por sua vez, foi de R$ 5,865 bilhões, alta de 94,3% em um ano, e de 28,8% em um trimestre. Neste componente, o BB contrariou as tendências de seus pares privados, que diante da alta da taxa Selic no último ano, observaram fortes quedas no indicador.

No caso do banco público, os números da tesouraria foram puxados pelos resultados de títulos e valores mobiliários (+342,9%), e pelas aplicações interfinanceiras (+405%). Por outro lado, com a alta dos juros, as despesas de captação no mercado aberto subiram 504,4% em um ano.

O spread global ajustado pelo risco do BB foi de 2,9% no trimestre, queda de 0,2 ponto porcentual em um ano, mas um aumento de 0,3 ponto em três meses.

As receitas com serviços somaram R$ 7,525 bilhões nos três primeiros meses deste ano, alta de 9,4% no comparativo anual, mas uma baixa de 3,8% no trimestral. Em termos anuais, as receitas com administração de fundos impulsionaram o resultado.

Patrimônio

Ao final do primeiro trimestre, o BB tinha R$ 2,037 trilhões em ativos, um aumento 11,4% em relação ao mesmo período do ano passado. A variação é atribuída à alta nos ativos financeiros, em especial títulos e valores mobiliários.

O patrimônio líquido do banco ficou em R$ 153,014 bilhões, alta de 10,7% em um ano. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) ajustado, chamado pelo BB de RPSL, foi a 17,3%, alta de 3,1 p.p. em base anual, e de 2 p.p. em três meses.