A Anheuser-Busch (AB) InBev, líder mundial entre as cervejas que concluiu nos últimos meses de 2016 a fusão com a SABMiller, anunciou nesta quinta-feira uma queda de 43% no lucro líquido em 2016, a 4,85 bilhões de dólares.
A queda é explicada por “um aumento dos custos financeiros líquidos” e “efeitos de câmbio desfavoráveis”, explicou o grupo de capital belga e brasileiro em um comunicado.
“Quando não alcançamos nossos objetivos assumimos a responsabilidade. Os resultados do exercício 2016 foram decepcionantes, de modo que a maioria dos membros do comitê executivo não receberá nenhum bônus este ano”, afirmou a empresa.
Sem estabelecer metas precisas para 2017, a AB InBev indicou que olha para o futuro “com confiança” após a fusão com a britânica SABMiller.
“Com nossos novos colegas, nossa ambição continua sendo construir uma empresa que dure não apenas 10 anos, e sim ao menos durante os próximos 100 anos”, destacou.
O volume de negócios subiu 4,4%, a 45,517 bilhões de dólares em 2016. E as vendas de suas três marcas mundiais também registraram alta: Budweiser (+2,8%), Corona (+14,8%) e Stella Artois (+6,3%).
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), que serve de referência para as previsões internas, permaneceu estável (-0,1% em ritmo anual), a 16,75 bilhões de dólares, consequência de um “resultado muito frágil no Brasil no segundo semestre”.
Ao comentar a situação no Brasil, a empresa afirma que “os volumes de cerveja (…) foram reduzidos, os produtos sofreram e o custo das vendas aumentou em comparação (com o exercício anterior) pela desvalorização do real”.
Mas a AB InBev destaca que a perspectiva no Brasil continua “positiva”, já que considera “inevitável períodos de volatilidade em sua trajetória de crescimento a longo prazo”, que deve ser estimulada por uma “evolução demográfica favorável, a eliminação das disparidades regionais em termos de renda per cápita e a demanda de produtos inovadores”.