A Vale amargou um tombo de 77,4% no balanço financeiro do segundo trimestre, influenciado pela queda nos preços do minério de ferro e níquel e pela valorização do real no período. Com isso, a empresa fechou com um lucro de R$ 4,573 bilhões, contra R$ 20,221 bilhões apurados no mesmo período passado.

O fraco resultado da mineradora entre maio e junho surpreendeu os analistas financeiros, que não esperavam um lucro nesse patamar. No comunicado, a Vale explica que o resultado foi influenciado também pela menor marcação a mercado das debêntures participativas e pelo impacto da baixa de R$ 5,5 milhões de tributos diferidos de ativos relacionados às provisões da Fundação Renova, após o plano de recuperação judicial.

O conselho de administração da Vale aprovou a distribuição de R$ 8,27 bilhões em juros sobre o capital próprio (JCP). O montante corresponde a cerca de R$ 1,92 por ação. O pagamento ocorrerá em 1º de setembro deste ano.

Já a dívida líquida da companhia ficou em US$ 8,908 bilhões (R$ 42 bilhões) no segundo trimestre, valor 65,7% acima do apurado no mesmo período do ano anterior, mostra o relatório de resultados da companhia, divulgado nesta quinta-feira, 27.

No documento, a Vale informa que a dívida líquida expandida atingiu US$ 14,7 bilhões (R$ 69,4 bilhões), um valor US$ 300 milhões (R$ 1,4 bilhão) superior ao primeiro trimestre de 2023. O movimento também é explicado pelo desembolso de US$ 1,4 bilhão (R$ 6,6 bilhões) para o programa de recompra de ações. A dívida bruta e os arrendamentos totalizaram US$ 13,9 bilhões (R$ 65,6 bilhões) em 31 de junho.

Preço

Desde março, quando o minério atingiu o pico de US$ 130 por tonelada, a cotação do insumo segue em queda livre e atualmente é negociada na cada dos US$110, com perspectiva de recuo nos próximos meses.

O Banco Goldman Sachs, por exemplo, estima que a commodity pode bater US$ 90 já no segundo trimestre, devido à contração do setor imobiliário na China e dos ventos contrários à indústria globalmente.