O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, disse nesta sexta-feira que o volume de lucros auferidos por empresas brasileiras no exterior em setembro, de US$ 2,482 bilhões, é o maior da série histórica do BC. Já o envio de US$ 4,443 bilhões em lucros e dividendos para fora do País em setembro foi a maior saída para o mês desde 2011.

Com isso, a rubrica de lucros e dividendos do balanço de pagamentos apresentou saldo negativo de US$ 1,961 bilhão em setembro.

A saída líquida é ligeiramente superior aos US$ 1,915 bilhão que deixaram no Brasil em igual mês do ano passado, já descontadas as entradas.

Viagens internacionais

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central avaliou também que a conta de viagens internacionais está contribuindo para elevar déficit de serviços, com a retomada do turismo após a vacinação e a reabertura de diversos países para os brasileiros.

A conta de viagens internacionais registrou déficit de US$ 237 milhões em setembro. O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil no período. Em setembro de 2020, o déficit nessa conta foi de US$ 138 milhões.

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“Nos últimos quatro meses tivemos déficits na conta de viagens superiores a US$ 200 milhões em cada mês. No auge da pandemia, esse saldo ficou negativo na casa dos US$ 40 milhões, depois passou um tempo na casa dos US$ 125 milhões. Mesmo assim, o déficit ainda é muito menor do que verificado antes da pandemia. Em setembro de 2019, foi de US$ 900 milhões, e era comum haver déficits mensais acima de US$ 1 bilhão”, reforçou Rocha. “Há ainda reticência de brasileiros em retomar viagens e o câmbio também atrapalha”, completou.


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