O apresentador de TV Luciano Huck foi o convidado de live da IstoÉ, nesta sexta-feira, 14. Em entrevista ao diretor de redação da revista, Germano Oliveira, Huck fez uma análise sobre a desigualdade social do País e a educação como ferramenta de transformação.
“A educação, como prioridade de Estado, é a ferramenta mais poderosa para reduzir a desigualdade. Desigualdade educacional gera desigualdades de oportunidades. O conhecimento é transformador”, disse o apresentador.
Na entrevista, ele também fala sobre o meio ambiente e a atuação do setor produtivo como instrumento para o Brasil voltar a ocupar um espaço de representação mundial. “O litígio entre agro e meio ambiente, entre desenvolvimento e preservação, tem que acabar. É possível produzir e preservar”, avalia. “Nossa política ambiental é um desastre”, afirma.
Depois de desistir de concorrer à Presidência na eleição de 2018, Huck vem solidificando e construindo um caminho mais explícito para avançar na política e, quem sabe, se colocar como uma alternativa presidencial em 2022.
Perguntado se será candidato a presidente em 2002, Huck não nega. “Mesmo se eu não for candidato à Presidência, vou participar do debate e apresentar um projeto de país [ao lado dos grupos políticos e atores sociais], em que as pessoas voltem a sonhar.”
Luciano, na conversa, defende que nos pós-pandemia o País precisará implantar um programa de renda mínima. “Temos que ter cuidado para não construir soluções populistas, eleitoreiras, que não são sustentáveis, que não sejam voos de galinhas”, entende.
Aos 48 anos, Luciano Huck é um dos maiores influenciadores do Brasil. Há 20 anos, ele está no comando do Caldeirão do Huck, que vai ao ar todos os sábados na Rede Globo. O programa é líder de audiência incontestável das tardes de sábado.
Luciano acredita muito em uma TV de alto impacto, com mensagens de protagonismo, empoderamento e, usa a ferramenta, nos últimos anos, em busca de um mundo melhor. O programa mostra histórias de pessoas comuns e outras de superação que fazem com que o público se sinta representado. “A TV é um fio terra com a sociedade”, avalia.
Com cerca de 20 milhões de seguidores nas suas redes sociais, Huck tem dito que por diversas vezes tem deixado sua zona de conforto para contribuir com um país melhor, socialmente mais justo. Na live, assim como no seu programa, nas redes sociais ou em palestras, o apresentador deixa evidente que a busca de ideias que possam gerar crescimento econômico com redução da desigualdade, além de desenvolvimento e preservação do meio ambiente, é a pauta do futuro. “É necessário nos modernizar. O Brasil hoje não é líder de nada”, disse.
Na entrevista, Luciano Huck adota a diplomacia política para não apontar o dedo para Bolsonaro e criticá-lo nominalmente pela forma errática com que o governo federal vem enfrentando o novo coronavírus. Mas dá o recado: “A história mostrará que o Brasil vai ter a pior gestão global da crise sanitária”.
Em seu discurso, extremamente politizado, ele, além de cobrar a redução da desigualdade social e a luta prioritária pela educação, fala sobre eficiência, empreendedorismo e cultura. “Não valorizar a cultura é não valorizar a alma, o espírito, a personalidade do País.”
Huck não tem formação de nível superior. Ele estudou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), porém não se formou.
Além de sua carreira na indústria do entretenimento, ele é membro ativo do Renova e do Agora, movimentos cívicos que incentivam os cidadãos comuns a se engajarem na renovação política, contribuindo para o desenvolvimento de propostas para dar uma nova direção ao País.
Em 2010, Luciano fundou o Joá, um fundo de investimentos com foco em negócios de tecnologia e bem-estar. Em 2004, inaugurou o Instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias, que tem como missão promover o desenvolvimento profissional, social e pessoal de jovens por meio do audiovisual. Desde sua criação, o Instituto já formou cerca de 2.000 jovens para o mercado.
“A política não é só escória e páginas policiais. Tem muita coisa legal”, diz Luciano. “Estou aqui para tentar trazer a minha geração e as próximas para o diálogo. A falta de debate nos colocou nesse Brasil polarizado, dividido e machucado, que a gente tá vivendo. Vivemos o extermínio de uma geração”, concluiu.