Morto no domingo, 10, aos 93 anos, em Botucatu, o escritor Francisco Marins, que foi presidente da Academia Paulista de Letras por duas vezes, é lembrado pelos colegas com carinho. “Ele, sempre muito gentil, presenteava a todos da Academia no Natal e, conhecendo meu interesse pelos filmes, doou sua biblioteca de cinema”, revelou o escritor, destacando sua série infantojuvenil Taquara-Póca e o romance Clarão na Serra.

“Dei os livros de Marins para meus filhos lerem, entre eles uma história de Canudos para jovens e a série Taquara-Póca, que agora repassso aos meus netos”, diz Loyola, destacando a importância do acadêmico no processo da última reforma ortográfica. “Ele se insurgiu contra algumas bobagens da reforma, mas foi um grande batalhador para sua realização”.

Marins estava internado há alguns dias no Hospital Misericórdia de Botucatu, lutando contra um câncer de próstata. Lúcido até o final, ele morrreu na madrugada de domingo e, segundo o neto, Eduardo Martins, conversando sobre fatos que aconteceram há meio século e que surgiam em sua memória como acontecimentos recentes.

Sepultado no Cemitério Portal das Cruzes, Marins foi uma das personalidades culturais mais queridas do mundo cultural paulista. Traduzidos em 15 idiomas, seus livros conquistaram legiões de leitores jovens de várias gerações, destacando-se a série Taquara-Póca. Ele nasceu em Pratânia, São Paulo, no ano da Semana de Arte Moderna, 1922, e foi editor da Melhoramentos, além de empresário do meio de transportes.


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