Após relatar falta de acessibilidade no LollaPalooza, a influenciadora Lorena Eltz se sente pronta para curtir o carnaval desse ano. Portadora da doença de Crohn e ostomizada desde os 12 anos, a jovem gaúcha que conquistou milhares de seguidores nas redes sociais fala como aproveitar a folia de maneira segura e as limitações dos espaços que recebem grandes eventos.
“Eu já deixei muito de fazer as coisas que eu queria por medo da falta de acessibilidade ou achar que esses lugares “não eram pra mim”. Com o tempo que eu fui tentando e aprendendo com os erros mesmo que fui perdendo o medo e sempre dou um jeito de curtir na rua, com amigos e claro que com segurança! São algumas modificações que eu faço pra poder aproveitar de verdade qualquer festa!” conta Lorena.
Mas nem sempre foi assim. A influenciadora que em 2020 postou pela primeira vez uma foto de biquini exibindo sua bolsa de colostomia, já se privou muitas vezes por não se sentir segura em ambientes de festas ou eventos.
“Antes de eu saber o que era acessibilidade eu achava que esses lugares eram assim mesmo e que eu não deveria ir, porque não haviam banheiros de fácil acesso, muita gente se empurrando o que também dificulta minha locomoção pela cirurgia e também a falta de lugares pra sentar ou descansar, até mesmo encontrar comida ou água para tomar. São coisas básicas que todo mundo precisa mas que normalmente nesses eventos as pessoas sem deficiência ou sem doença vão preparadas pra ficar sem essas coisas, que são fundamentais pra mim! Não posso ficar sem comer ou sem tomar água por muito tempo, posso ter uma infecção ou uma desnutrição com muita mais facilidade e muitas vezes as pessoas não é entendem isso”, revela.
Ela acredita que os responsáveis pelos grandes eventos do Brasil podem contribuir para a acessibilidade: “Acho que procurando outros públicos para os eventos, vendo que todo mundo pode querer curtir. Quando colocam muitas barreiras de acessibilidade fica claro que eles não pensam em PCDS como pessoas que vão nas festas também. É todo um pensamento de que pessoas com doenças ou deficiências não se divertem ou não saem de casa, começa aí o preconceito. Depois disso, entender que nada do que precisamos é “frescura” e sim, sempre uma boa estrutura. Banheiros, comida, segurança, espaço para descanso ou separados para tais limitações, acessibilidade digital em shows e palestras. Todos vão acabar agradecendo por eventos que tiverem mais cuidado com as pessoas e se preocuparem mais em ter um bom espaço, com diversidade.”