22/11/2019 - 9:30
Ao contrário do que os caricaturistas em geral fazem, Cássio Loredano desenha caricaturas de personagem que admira. “Não que eu não caricaturize políticos e outros profissionais antipáticos”, diz à ISTOÉ. “Mas escritores são gente de confiança. Tenho especial carinho pelas fisionomias deles, mais ricas e interessantes.” Loredano dedicou os últimos meses a seu favorito: o conterrâneo Machado de Assis (1839-1908). Produziu oito “caricaturas simpáticas” do escritor, dos primeiros retratos da juventude à possível última fotografia, recentemente redescoberta na revista argentina Caras y Caretas. Loredano expõe a série em São Paulo. “Machado foi o inventor do humorista nacional, ao lado de Manuel Antônio de Almeida”, diz. Apesar de não existirem espaços na velha imprensa para a caricatura, Loredano prevê vida eterna para o gênero. “Caricatura não morre nunca, e hoje conquista espaços nas redes sociais”, diz. “É como a crônica, que continua a existir sempre que alguém tem uma história para contar.” Instituto José Resende, São Paulo, de 30/11 a 13/2/2020.
7 fases do amigo da linha
> 1948 Cássio Loredano nasce no Rio de Janeiro.
> 1962-1972 Forma-se em São Paulo entre 1962 e 1972
> 1968 Estreia como repórter no Diário do Grande ABC em 1968
> 1972 Dedica-se à caricatura. Colabora com publicações como O Globo, Pasquim, Opinião, O Estado de S. Paulo, Frankfurter Allgemeine, Libération, La Stampa e El País
> 1994 Primeiro livro de caricaturas
> 2018 Livro “Gente de Letras”
> 2019 Pesquisador e curador de mostras no Instituto Moreira Salles , Rio de Janeiro