Escolhida para ser a sede da Olimpíada de 2032, Brisbane enfrenta sua primeira crise na organização do grande evento esportivo. No fim de semana, o lorde-prefeito da cidade australiana, Adrian Schrinner, fez críticas à preparação do local para receber os Jogos Olímpicos e anunciou que estava deixando a organização.

“Renuncio imediatamente ao Fórum Intergovernamental de Líderes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Brisbane 2032. Não vou mais seguir por este caminho e apoiar o atual plano do governo do estado para as mudanças no estádio de Gabba”, declarou o político. O cargo de lorde-prefeito, comum em países de língua inglesa, é simbólico e cerimonial, diferente do prefeito propriamente dito, responsável por decisões políticas e pela gestão da cidade.

Sem medir palavras, Schrinner não poupou críticas à organização da Olimpíada em um longo comunicado. Disse que a gestão do evento gasta tempo com “conversas inúteis” e é uma “farsa disfuncional”.

A maior discordância do lorde-prefeito com a organização dos Jogos está no famoso estádio Gabba, também conhecido como Brisbane Cricket Ground, um dos principais equipamentos esportivos da Austrália.

O plano do governo estadual é reconstruir o antigo estádio, de 128 anos de idade, a um custo de 2,7 bilhões de dólares australianos, equivalente a US$ 1,8 bilhão e R$ 8,7 bilhões. A organização argumenta que já tem 80% dos equipamentos esportivos prontos para receber a Olimpíada, que acontecerá daqui a nove anos.

Mas a oposição teme que o custo real da operação de reconstrução do estádio supere o orçamento original. Além disso, a obra poderia estourar as metas de pegada de carbono de toda a organização da Olimpíada, segundo os compromissos de sustentabilidade acertados pela cidade australiana.

“Não precisamos de estádios superfaturados, precisamos de um transporte melhor. Nesta semana ficou muito evidente que o Fórum Intergovernamental de Líderes é uma farsa disfuncional”, atacou Schrinner.