Aos 94 anos, o barbeiro Francisco Rossi Filho, o Chiquinho, percorre a pé, quatro vezes ao dia, as quadras que separam sua casa da tradicional barbearia que tem em São Carlos, interior de São Paulo. As mãos que seguram com firmeza a tesoura estiveram a serviço dos paulistas na Revolução de 32. Chiquinho fez parte do Batalhão de Escoteiros de São Carlos – um grupo de garotos e garotas com idade entre 10 e 17 anos que, sem poder ir à frente de batalha, dava apoio às tropas. “Éramos chamados de calças curtas por causa do nosso traje, mas a gente se sentia tão importante quanto os soldados.”

A pé ou de bicicleta, os escoteiros atuavam como estafetas e assumiam serviços de apoio. “Eu corria o dia todo, do quartel para o fórum, onde fosse preciso. Fazia com vontade, achando que São Paulo podia ganhar a guerra. Para nós, era uma guerra, com tiros, bombas e aviões.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.