Seu diretor de fotografia, o espanhol Pedro J. Márquez, brinca com Laís Bodanzky dizendo que fizeram um documentário histórico “sobre a dificuldade da travessia atlântica, no século 19”. Em A Viagem de Pedro, que terá sua primeira exibição pública na Mostra, neste sábado, 30, no Vão Livre do Masp, o protagonista está numa fragata inglesa, rumo a Portugal, onde vai guerrear com o irmão Miguel para colocar sua filha no trono.

O Imperador de Dois Mundos – na ficção de Laís, Pedro (Cauã Reymond) sonha em se transformar em estátua, como Napoleão Bonaparte. Pode até ser vingança de feminista – Laís é, e de carteirinha -, mas o Dom Pedro que o brasileiro conhece como um homem de muitas mulheres está impotente. O filme preenche uma lacuna histórica – pouco se sabe dessa viagem-, mas a impotência do imperador não é invenção. “Muitos livros abordam os problemas de saúde que ele enfrentava, na época.”

A Viagem de Pedro é o primeiro longa de Laís depois de ter presidido a Spcine. A sessão do Masp é uma celebração. O próprio Cauã, que esteve nas Ilhas Maldivas, é esperado. A experiência claustrofóbica do filme será curtida num espaço amplo, aberto. O filme mostra esse Pedro – desconhecido? Para Laís, o que vale é a provocação. “No ano que vem teremos o bicentenário da Independência. É a minha contribuição para o debate.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.