Marcelo D2 foi uma das atrações do Palco Alternativo do Lollapalloza Brasil na tarde desta sexta-feira, 22, primeiro dia do festival. O cantor e compositor apresentou o projeto Iboru, uma celebração ao samba tradicional, acrescida com a cultura do hip hop e do rap, gêneros nos quais D2 sempre se destacou. O “novo samba tradicional”, segundo D2.

Acompanhado da banda Um Punhado de Bambas, D2 manteve a tradição de fazer um show interessante, repleto de referências. Uma delas era a mesa alocada no centro do palco, simulando uma roda de samba. Havia ainda batidas que remetiam às religiões de matrizes africanas, que as conectam diretamente com a ideia de resgate do samba pretendia por D2.

O que atrapalhou foi a palco em que o Lolla Brasil colocou o artista. Lugar menos nobre, com difícil acesso e com o gramado do Autódromo de Interlagos já castigado por um dia de (pouca) chuva. A falta de sinalização na ‘Cidade Lolla’ também não facilitava para o publico chegar até lá.

O som estava ruim. Bastava se afastar alguns metros do palco e ficava quase impossível ouvir o que D 2 cantava ou falava. O burburinho do público se sobrepunha a um som já baixo e distorcido. Uma pena. D2 merecia algo mais nobre.

Fora de seu repertório, D2 cantou duas músicas consagradas por Zeca Pagodinho, Maneiras e Minha Vida. Zeca e D2 se tornaram parceiros no último álbum, com a ótima Fuzuê.

D2 chamou a mulher no palco, a produtora Luiza Machado, para juntos cantarem Água de Chuva no Mar, sucesso de Beth Carvalho. Do seu celebrado álbum A Procura da Batida Perfeita, D2 trouxe o hit Qual É?, momento que gerou maior interação com o público.

No fim, D2 fez um curto discurso político, dizendo que o “fascismo (no Brasil) se esconde nos esgotos”. A fala foi a senha para ele encerrar o show com a engajada letra de Zé do Caroço, sucesso de Leci Brandão.

O projeto Iboru de D2, além do álbum lançado em 2023, se transformou em uma ocupação, que ficou um cartaz no Rio de Janeiro e em São Paulo, e o Centro de Pesquisa Avançada Do Novo Samba Tradicional Onde O Coro Come, no centro do Rio de Janeiro.

D2, sempre em busca de (melhores) espaços para sua música, e toda a turma que ela carrega, vai, agora, se impondo também como um agente da cultura brasileira.