CANDIDATO O vice- presidente da ADPF, Luciano Leiro, disputa uma vaga de deputado federal. “Ocupar os espaços” (Crédito:Divulgação)

A Polícia Federal, por meio das suas entidades representativas, está levando aos candidatos ao Senado e à Câmara dos Deputados uma pauta com suas reivindicações. A ideia é que os candidatos desde já comprometam-se com as propostas em troca do apoio da categoria.

As propostas visam aumentar a autonomia e independência da Polícia Federal, garantindo maior liberdade às investigações e blindagem às ingerências políticas. Estão na pauta a autonomia orçamentária da PF e o estabelecimento de um mandato para o cargo de diretor. Além disso, 18 delegados da polícia de todo o país resolveram eles mesmos sair candidatos. A começar pelo vice-presidente da Associação dos Delegados da PF, Luciano Leiro. Ele foi coordenador do grupo de inquérito do STF que investiga parlamentares e atuou na Lava Jato.

Depuração

“Nosso lema é: não adianta só prender, é preciso ocupar os espaços”, diz Luciano Leiro. A ideia é que o trabalho de depuração da política e do combate à corrupção não passa somente pelas ações punitivas. É preciso preencher os espaços com pessoas alinhadas a essas ideias. Do contrário, a política tradicional brasileira resiste e não se renova.

Revolta

Aliados e integrantes da campanha do tucano Geraldo Alckmin estranharam a decisão do Ministério Público de São Paulo de instaurar uma ação de improbidade administrativa contra ele logo no início do processo eleitoral. Eles acham que a proposição de processo judicial em plenas eleições serviu apenas para “tumultuar” o jogo.

Quebrando tabu?

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Mesmo os integrantes da campanha de reeleição do governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, andam surpresos com as pesquisas que lhe dão cerca de 20% das intenções de voto. Se os números se confirmarem, Sartori será o primeiro governador gaúcho a ser reeleito. E, mais do que isso, seria a surpreendente reeleição de alguém que atrasou o salário do funcionalismo.

Rápidas

* A Câmara dos Deputados abriu processo de licitação para contratar empresa de tecnologia visando melhorar o acesso da população à Casa. O custo do projeto: R$ 417 mil, incluindo-se licenciamento de softwares e manutenção por um período de 12 meses.

* O atual sistema de controle de visitantes foi concebido por técnicos da própria Câmara. Mas é considerado “lento e ineficiente”. Não tem conseguido evitar a presença oculta de vendedores e lobistas.

* A disputa eleitoral mal começou e 369 candidatos já desistiram do pleito de outubro. Um dos casos é o ex-governador do Tocantins Siqueira Campos (DEM), que abriu mão de sua candidatura ao Senado para ser suplente do ex-deputado Eduardo Gomes (DEM).

* Em contrapartida, chama a atenção a quantidade de estagiários na lista de candidatos. Gente que tenta o mandato como primeiro emprego. Nada menos que 559 candidatos declaram-se estudantes ou estagiários.

Toma lá dá cá

Carlos Marun, ministro da secretaria de governo (Crédito:Valter Campanato/Agência Brasil )

Com o aval do Centrão, a campanha de Geraldo Alckmin começou a criticar o governo e falar de problemas de uma “gestão Dilma/Temer”. Como o senhor avalia?
Alckmim crítica a saúde e sua vice (Ana Amélia) é do PP, partido que gerencia essa área. Critica a educação e o coordenador de sua coligação é o presidente do DEM, que gerencia a educação no governo. Alckmim iguala Dilma a Temer, mas seu partido apoiou o impeachment e ele fez questão de indicar seu secretário de Segurança para ministro da Justiça. A ânsia de vencer a eleição está transformando Alckmin na mais completa personificação da hipocrisia de que se tem notícia. No mais, não acredito que a autorização tenha acontecido. Seria muito desespero.

Henrique Meirelles também tenta se descolar do governo…
Desespero improdutivo. Mas, em relação a Meireles, prefiro aguardar mais um pouco. Ele continua tendo apoio do presidente.

Existe algum ressentimento do presidente Temer?
Ele está focado na tarefa de governar. Mas obviamente não fica feliz com isso.

Gestão de museus

O governo está mesmo disposto a comprar uma briga para alterar as regras de gestão dos museus públicos. Nas reuniões ocorridas no Palácio do Planalto depois do trágico incêndio do Museu Nacional, no Rio, avaliou-se que funcionam melhor, de forma mais eficiente e com melhores resultados, museus e outros aparelhos culturais administrados por Organizações Sociais. O governo vai propor mudanças que facilitem a adoção desse modelo. Será uma decisão polêmica, porque grupos de esquerda com presença forte na administração dos museus tendem a resistir à ideia.

Militares no poder

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Caso venha a ser eleito, Jair Bolsonaro irá privilegiar a escolha de militares, especialmente para os ministérios mais técnicos. Ele busca, por exemplo, alguém da caserna que já tenha coordenado o Departamento de Engenharia e Construção do Exército para ocupar o Ministério dos Transportes. A mesma linha será usada para outras áreas que exijam conhecimento em logística.

Mercosul

Fabrice Coffrini

O Brasil deverá sediar a próxima reunião do Mercosul, ainda este ano. A decisão ainda não foi tomada. Mas o presidente do Uruguai, Tabaré Vazquez, sugeriu que a reunião seja em Foz do Iguaçu (PR).