Na semana passada, precisou o presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira, determinar que fosse cortada a luz do plenário do Senado para que se revelasse com todos os seus contornos algo que muitos insistem em não ver ou em não querer ver: O PT (o partido e não o grosso de seus simpatizantes, é claro) não tem nada de democrático e não apresenta nenhum compromisso com a democracia. Ao ocuparem a Mesa Diretora do Senado para impedir que fosse votada a polêmica reforma trabalhista, a nova presidente do partido do ex-presidente condenado, senadora e ré Gleisi Hoffmann, acompanhada de outras petistas menos expressivas e de satélites como Vanessa Graziotin, do PC do B, mostraram o quanto são autoritárias, desrespeitosas e desvalidas de qualquer apego democrático. Sabendo que perderiam no voto, resolveram simplesmente “melar o jogo”. E diziam falar em nome dos brasileiros. Passaram meses usando as verbas parlamentares para tentar mobilizar a sociedade, mas o máximo que conseguiram foi reunir meia dúzia de pelegos gordos mais interessados nas mamatas do imposto sindical do que na agenda dos trabalhadores e então decidiram que nada seria votado. Quanta canalhice! Democracia só vale se atender a seus interesses!

Mas essa postura não é de hoje. No início dos anos 1980, o partido, usando as regras do jogo democrático possível naquele momento, elegeu sua bancada. Mas, em 1985, se recusou a participar do Colégio Eleitoral que elegeu Tancredo Neves e marcou o fim da ditadura. Depois, com o impeachment de Collor, se recusaram a construir a transição com Itamar Franco. E quando chegaram ao poder em 2003, resolveram usar dinheiro de corrupção para comprar apoios políticos no lugar de promover o debate de ideias. Com os votos comprados tudo fiou mais fácil e partir para o enriquecimento próprio foi um passo. Por isso, a senadora Gleisi é uma senadora ré. Por isso o ex-presidente Lula está condenado.

Apesar de uma crise que parece não terminar e de tanta roubalheira promovida por diversas cores partidárias, no entanto, a democracia tem falado mais alto no Brasil.

E a história mostra que os partidos autoritários não costumam ter vida longa em regimes democráticos. O eleitor tem o hábito de demorar a aprender, mas quando aprende não esquece mais.

Apesar de uma crise que parece não terminar e de tanta roubalheira, a democracia tem falado mais alto no Brasil