Após um curto período de 45 dias à frente do governo britânico, Liz Truss anunciou na manhã desta quinta-feira (20) sua renúncia do cargo de primeira-ministra do Reino Unido. No curto período à frente do país, ela enfrentou pressões pela alta da inflação e renúncias de ministros de pastas importantes do governo.

Em discurso do lado de fora de seu escritório em Downing Street, Truss admitiu que não poderá cumprir as promessas que fez quando estava concorrendo à liderança conservadora, tendo perdido a confiança de seu partido. “Reconheço que, dada a situação, não posso cumprir o mandato pelo qual fui eleita pelo Partido Conservador. Por isso, falei com Sua Majestade, o Rei, para notificá-lo de que estou renunciando ao cargo de líder do Partido Conservador”, disse ela.

“Esta manhã encontrei o presidente do Comitê de 1922, Sir Graham Brady. Concordamos que haverá uma eleição de liderança a ser concluída na próxima semana. Isso garantirá que permaneçamos no caminho para entregar nossos planos fiscais e manter a estabilidade econômica e a segurança nacional de nosso país”.

Mandato curto

Rejeitada pela opinião pública e questionada dentro de seu próprio partido, a líder conservadora de 47 anos deixa o cargo apenas seis semanas depois de assumir a liderança do Reino Unido. Sua popularidade despencou em parte devido ao abandono de seu pacote de medidas econômicas, que incluía cortes maciços de impostos e apoio colossal ao pagamento das contas de energia, duas questões que levantaram temores de um colapso nas contas públicas. Além disso, desde a última quarta-feira, mais de dez deputados conservadores já vinham pedindo sua renúncia.

Truss também sofreu um revés importante com a renúncia de sua ministra do Interior, Suella Bravermam, após uma agitada sessão no Parlamento. A ministra do Interior alegou como motivo da sua demissão ter usado a sua conta de e-mail pessoal para enviar um documento oficial a um colega, mas os meios de comunicação britânicos apontam principalmente para as diferenças entre as duas mulheres em relação à política de imigração. A renúncia de Braverman aconteceu poucos dias após a demissão do então ministro das Finanças Kwasi Kwarteng, em 14 de outubro.