A trajetória de Maria Bethânia e sua relação com o teatro político são o foco do livro “Maria Bethânia, primeiros anos – da cena cultural baiana ao teatro musical brasileiro”. A obra, do jornalista e pesquisador Paulo Henrique de Moura, é resultado de sua dissertação de mestrado na Universidade de São Paulo (USP) e será lançada no Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS-SP) no próximo sábado, 22 de novembro, às 17h.
- Livro de Paulo Henrique de Moura analisa a chegada da cantora ao Rio em 1965 para o espetáculo “Opinião”.
- Pesquisa detalha a participação de Bethânia em peças de contestação à ditadura, como “Arena Canta Bahia”.
- Obra traz depoimentos inéditos de Gilberto Gil, Jards Macalé e da própria Maria Bethânia.
- Lançamento ocorre no sábado, 22 de novembro, no MIS, em São Paulo, com entrada gratuita.
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O livro de Paulo Henrique de Moura analisa o início da trajetória profissional da artista, com foco no momento em que a jovem baiana deixa Salvador rumo ao Rio de Janeiro, no início de 1965, para substituir Nara Leão no emblemático espetáculo “Opinião”. Dirigido por Augusto Boal, o espetáculo foi o primeiro a enfrentar a ditadura militar e a denunciar as mazelas sociais do país.
Naquela noite, ao lado de João do Vale e Zé Kéti, Maria Bethânia surpreendeu o público e a crítica ao interpretar “Carcará” (João do Vale/José Cândido) com intensidade inédita, transformando-se em um ícone de liberdade e resistência.
Sob direção de Boal, Maria Bethânia participou de outros dois espetáculos de caráter político em 1965: “Arena Canta Bahia”, ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Tom Zé; e “Tempo de Guerra”, peça inspirada em textos de Bertolt Brecht. A pesquisa também revisita os espetáculos coletivos em Salvador no ano anterior, como “Nós, Por Exemplo”, considerados embriões da Tropicália.
O livro também aborda o espetáculo “Mora na Filosofia”, dirigido por Caetano Veloso em 1964, no qual a cantora já fundia música e teatro, utilizando um cenário da peça “Eles Não Usam Black-Tie”, de Gianfrancesco Guarnieri.
Para reconstruir essa história, a pesquisa conta com depoimentos inéditos de Rodrigo Velloso (irmão da cantora), Gilberto Gil, Jards Macalé, Djalma Corrêa e da própria Maria Bethânia. O estudo também revela documentos inéditos que comprovam a vigilância dos órgãos de repressão da ditadura militar sobre a artista, em razão de sua participação em espetáculos de viés político.
“Escrever sobre os primeiros anos de Bethânia é revisitar um Brasil que também buscava se compreender. A trajetória dela no teatro político […] mostra que, antes de ser uma cantora de sucesso, Bethânia já era uma artista completa — consciente da força simbólica da palavra e do gesto.”
Paulo Henrique de Moura, autor do livro.
Ficha Técnica
- Livro: “Maria Bethânia, primeiros anos – da cena cultural baiana ao teatro musical brasileiro”
- Autor: Paulo Henrique de Moura
- Editora: Letra e Voz
- Páginas: 206
- Preço: R$ 68
- Onde comprar: Editora Letra e Voz
Serviço – Lançamento em São Paulo
- Data: 22 de novembro de 2025 (sábado)
- Horário: 17h
- Local: Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS-SP)
- Endereço: Avenida Europa, 158 – Jardim Europa, São Paulo/SP
- Entrada: Gratuita