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Recentemente, em comemoração ao centenário de Malcolm X — celebrado em maio —, saiu pela editora Ubu a obra “Custe o que custar”, coletânea de discursos, entrevistas e declarações proferidas pelo ativista estadunidense no último ano de sua vida. Um dos principais líderes do movimento pelos direitos civis norte-americanos, Malcolm foi assassinado em fevereiro de 1965.
Ao longo de suas falas – registradas em comícios no Harlem, debates universitários, fóruns militantes e encontros com revolucionários africanos e asiáticos –, Malcolm reflete sobre temas como solidariedade negra, autodefesa, anticolonialismo, internacionalismo, socialismo e a instrumentalização religiosa para fins de dominação.
É nesse período, após romper com a Nação do Islã, que sua visão política ganha novos contornos e uma escala internacional. Malcolm fala sobre sua ruptura com Elijah Muhammad, a criação da Organização da Unidade Africana, a necessidade de denunciar os Estados Unidos por crimes contra os direitos humanos, e a urgência de uma nova organização política para a luta negra.
Mais que um registro histórico, “Custe o que custar” é a documentação de uma transformação radical – a de um líder que, até seus últimos dias, buscou reinventar as formas de resistência à opressão racial e estrutural. O lançamento ainda conta com uma parceria com a Supersônica, em um audiolivro com seleção de discursos na voz de Roberta Estrela D’Alva.
“Custe o que Custar”, de Malcolm X
Tradução: Rogério Galindo
Ubu
256 págs.
R$ 79,90