A Livraria Cultura entrou com pedido de recuperação judicial, segundo comunicado distribuído nesta quarta-feira, 24, a editoras e credores da companhia. Mesmo depois de receber uma injeção de cerca de R$ 130 milhões para encerrar as operações da rede francesa Fnac no País, a companhia não conseguiu solucionar seus problemas financeiros e teve de recorrer à proteção da Justiça. A empresa foi criada por Eva Herz, em 1947, e hoje está em sua terceira geração de administradores.

Os problemas da Livraria Cultura começaram a ficar evidentes desde 2014. Desde então, o faturamento da companhia teria recuado em mais de 20%, de acordo com fontes de mercado. Hoje, a Cultura enfrenta atrasos nos pagamentos às editoras que passam da marca de seis meses. Junto com a crise enfrentada também pela Saraiva, o problema tem tirado o sono do mercado editorial. Ambas as empresas pegam os livros em consignação – ou seja, só repassam às editoras o valor do que foi efetivamente vendido.

Depois de atingir a marca de R$ 440 milhões em 2014, a empresa viu sua receita cair cerca de 17% ao longo de dois dois anos, atingindo R$ 380 milhões em 2016. Além disso, os últimos dois anos foram de cortes no setor administrativo – a companhia cortou 800 funcionários no período, reduzindo seu efetivo em 40% desde 2014.