O Liverpool se classificou à final da Liga dos Campeões, no próximo 1 de junho em Madri, após vencer por 4 a 0 o Barcelona de Lionel Messi em Anfield, nesta terça-feira, revertendo a derrota por 3 a 0 sofrida no Camp Nou, na semana passada.

Apesar dos desfalques de peso, como os atacantes Mohamed Salah e o brasileiro Roberto Firmino, lesionados, e da enorme desvantagem no confronto, o Liverpool foi buscar a classificação empurrado pela fanática torcida em Anfield, armando uma enorme pressão para cima do Barcelona. O objetivo foi alcançado com dois gols cada do belga Divock Origi (7 e 79 min) e do holandês Georginio Wijnaldum (54 e 56).

A equipe inglesa, que buscará um sexto título continental de sua história, conhecerá seu adversário na final nesta quarta-feira, após o jogo de volta da outra semifinal entre Ajax e Tottenham. O time holandês venceu na ida por 1 a 0.

A final será a segunda consecutiva para os comandados de Jurgen Klopp, que no ano passado foram derrotados pelo Real Madrid, em Kiev.

Os Reds terão assim a chance de erguer um troféu ao fim da temporada, em um momento em que aparecem na segunda colocação da Premier League e dificilmente conseguirão tirar o título das mãos do Manchester City no torneio doméstico.

Já o Barcelona reviveu os traumas do ano passado, quando foi eliminado pela Roma após sofrer uma virada similar, depois de vencer o jogo de ida por 4 a 1 no Camp Nou, mas ser derrotado pelos italianos na volta por 3 a 0 nas quartas de final.

Coincidência ou não, o goleiro da Seleção brasileira Alisson, que fez grande partida nesta terça, estava no gol da Roma quando o time da capital italiana foi buscar a virada contra os catalães.

Com a derrota, o Barça também perde a chance de conquistar a tão sonhada Tríplice Coroa da temporada, após garantir o título espanhol e a presença na final da Copa do Rei.

– Pressão inglesa –

O enorme feito inglês foi alcançado graças a dois fatores que, juntos, são capazes de fazer o impossível virar realidade no futebol: uma torcida fanática empurrando seus jogadores e um time com sangue nos olhos em busca da bola.

Com Anfield cantando e jogando junto, o Liverpool pressionou incansavelmente o Barcelona em busca de um gol cedo e não deixou o time visitante respirar, obrigando a zaga catalã a isolar o perigo de qualquer maneira para não correr riscos.

Esse intenso ritmo imposto pelos Reds não demorou para dar frutos e, com 10 minutos de jogo, os comandados de Jurgen Klopp já tinham aberto o placar com Origi, substituto de Firmino.

No lance, Mané aproveitou uma saída de bola desatenta de Alba e tocou para Henderson, que se livrou de Busquets e Lenglet e chutou colocado, obrigando Ter Stegen a fazer linda defesa. No rebote, Origi apareceu para empurrar a bola para as redes, para delírio da torcida em Anfield.

Muito acuado, o Barcelona só conseguiu mostrar sinais de vida aos 15 minutos, quando encontrou os primeiros espaços para contra-atacar. E quase empatou a partida.

Na primeira escapada, Messi recebeu livre na marca do pênalti, mas preferiu tentar cortar a marcação e foi desarmado por Matip.

Em seguida, Messi disparou ao ataque e deixou Coutinho na cara do gol, mas a finalização colocada do brasileiro foi defendida por Alisson.

Um minuto depois, Messi pegou de primeira um rebote de um escanteio e a bola passou raspando pela trave inglesa.

Os sustos provocados pelo Barça conseguiram equilibrar o jogo, com as duas equipes buscando o gol adversário e protagonizando um lindo espetáculo em Liverpool.

– Virada histórica –

Na volta do intervalo, o Liverpool, mais descansado, retomou o ritmo frenético do primeiro tempo e alcançou o improvável objetivo: conseguiu empatar a partida.

E o responsável pelo feito foi Wijnaldum, que entrou no lugar do lesionado Robertson e fez dois gols em dois minutos, o primeiro aproveitando cruzamento rasteiro de Alexander-Arnold e, no segundo, subindo mais que a zaga do Barça e cabeceando no ângulo de Ter Stegen.

O 0-3 no placar visivelmente abalou os jogadores do Barcelona, cabisbaixos em campo e incrédulos diante do que viviam em Anfield.

Klopp, fiel a seu estilo, percebeu o abalo do adversário e não deixou o Liverpool se contentar com o placar, que levava a decisão da vaga na final para a prorrogação. Assim, foi atrás da classificação no tempo regulamentar.

Em campo, Alexander-Arnold também percebeu o abalo emocional do Barcelona e, muito inteligente, foi decisivo.

Enquanto os jogadores catalães estavam desatentos, preocupados com uma bola aérea, o jovem lateral de 20 anos cobrou um escanteio rapidamente, rasteiro, para um livre Origi chutar de primeira da pequena área e balançar as redes: 4 a 0 Liverpool e ‘remontada’ -como dizem os espanhóis- alcançada.

Desesperado, o Barça tentou se lançar ao ataque em busca de um gol que lhe devolveria a classificação, mas não conseguiu furar o ótimo sistema defensivo do Liverpool e deu adeus à Champions, enquanto Anfield gritava a plenos pulmões “You’ll Never Walk Alone”.

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