A Lituânia anunciou nesta segunda-feira (11) que expedirá documentos de identidade provisórios aos muitos exilados bielorrussos em seu território, depois do anúncio feito por Belarus de que, a partir de agora, seus cidadãos teriam que retornar ao país para renovar seus documentos.

A publicação, há uma semana, de um decreto firmado pelo presidente Alexander Lukashenko segundo o qual os consulados no exterior já não emitiriam passaportes, requerendo que o solicitante regressasse a seu “último lugar de residência” em Belarus para tal, preocupou os milhares de exiliados políticos, em particular na vizinha Lituânia. A líder da oposição no exílio, Svetlana Tikhanovskaya, pediu a seus conterrâneos que não retornem a Belarus caso haja risco de perseguição no país.

O documento prometido hoje pela Lituânia, membro da União Europeia, é um passaporte de cidadão estrangeiro reservado a pessoas que fogem de um regime autoritário e que não têm como renovar seus documentos, informou o Ministério do Interior.

“O passaporte de estrangeiro esteve em vigor por muitos anos. Sua duração, atualmente, é limitada a um ano”, disse à AFP o vice-ministro do Interior, Arnoldas Abramavicius. O ministério indicou que considera aumentar a validade para três anos. Segundo a pasta, cerca de 60.000 cidadãos bielorrussos vivem atualmente na Lituânia.

Dezenas de milhares de bielorrussos fugiram de seu país desde que o regime de Lukashenko, aliado da Rússia, lançou uma onda de repressão contra os dissidentes, depois de grandes protestos da oposição.

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