O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), teria se movimentado em prol da soltura do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser o mandante do assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A informação foi confirmada pela IstoÉ com fontes próximas à Lira.

De acordo com deputados, Arthur Lira teria ficado incomodado com a possível votação maciça de deputados favoráveis à prisão. Para o presidente da Câmara, a prisão pode abrir um precedente para novas detenções de parlamentares investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Essa também era uma preocupação entre os deputados de oposição, que chegaram a se movimentar para barrar a medida. Os líderes partidários ainda tentam convencer as bancadas a derrubarem a prisão.

Entretanto, o presidente da Câmara tenta se blindar e não se colocar à frente das articulações, segundo fontes ouvidas pela IstoÉ. A responsabilidade pelo convencimento dos deputados ficará a cargo das lideranças e correligionários de Arthur Lira.

Chiquinho Brazão foi preso no dia 24 de março após uma determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Moraes justificou a prisão em flagrante por obstrução de justiça.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara vota nesta quarta-feira, 10, a legalidade da prisão de Chiquinho. O relator do caso, deputado Darci de Matos (PSD-SC), se posicionou favorável à manutenção da prisão e acredita na formação de maioria sobre o tema.

A medida cautelar deve ser votada pelo plenário da Câmara ainda na noite desta quarta. Caso não haja maioria para derrubar, a tendência é que a votação seja adiada para quinta-feira, 11, para haver tempo para mais uma rodada de negociações.