O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT), de 83 anos, foi diagnosticado com a doença linfoma não Hodgkin, um tipo de câncer que ataca o sistema linfático. A identificação da enfermidade aconteceu em julho deste ano e o político já iniciou o tratamento.
Linfoma não Hodgkin é um câncer do sangue, mas diferente da leucemia – que tem origem na medula óssea – a doença se manifesta no sistema linfático. Esse sistema, por sua vez, compõe uma rede complexa de vasos e nódulos que transportam o líquido linfático por todo corpo, atuando sobre o sistema imunológico e circulatório. Essa abrangência faz com que o linfoma possa começar em qualquer região corporal.
De acordo com o médico Jayr Schmidt Filho, líder do Centro de Referência em Neoplasias Hematológicas do A.C.Camargo Cancer Center, o linfoma não Hodgkin é uma enfermidade grande e heterogênea, com vários tipos e subtipos. A classificação pode ser feita, por exemplo, pelo tipo de célula originária – linfócitos B ou T (células de defesa que sofrem mutação), que originam linfomas distintos.
Uma outra forma de categorização é pelo comportamento da doença. Linfomas chamados de agressivos são aqueles que evoluem rapidamente, enquanto linfomas indolentes qualificam os que possuem uma evolução de doença crônica.
Riscos
Os riscos podem variar de acordo com o subtipo e avanço do câncer. Linfomas agressivos costumam avançar de forma rápida, o que pode ocasionar um acúmulo no volume de doenças. Como consequência, há o risco de que essa aglomeração comprometa algum órgão ou vaso sanguíneo materno, dificultando as funções vitais do paciente.
Comportamento
Comparado a outros tipos de câncer, o linfoma é considerado uma enfermidade rara – assim como a maioria dos cânceres hematológicos.
“Se a gente for considerar os tipos de câncer mais prevalentes, – como o de mama, de próstata, de pulmão, entre outros – os cânceres hematológicos, de uma maneira geral, são mais raros”, afirma Jayr.
A idade também pode interferir no prognóstico, mas varia conforme o subtipo da doença. Segundo o médico, linfomas agressivos tendem a aparecer em idades mais jovens, enquanto os indolentes costumam se manifestar em pessoas com idades mais avançadas.
Sintomas
- Aumento dos gânglios ou linfonodos – normalmente notado em áreas palpáveis como pescoço, axila e virilha;
- Sensação de desconforto e/ou pressão no tórax;
- Desconforto abdominal;
- Febre;
- Sudorese;
- Emagrecimento sem causa aparente.
Tratamento
Quando descoberto precocemente – como é o caso de Suplicy – o linfoma de não Hodgkin é mais fácil de ser tratado, já que configura um estágio menos avançado. Desde que foi diagnosticado, o deputado iniciou o tratamento por imunoquimioterapia, que une medicamentos intravenosos com outros compostos capazes de instigar o sistema imunológico a combater células cancerígenas.
As opções de tratamento para o Linfoma de não Hodgkin podem variar, mas costumam incluir:
- Quimioterapia
- Imunoterapia
- Terapia-alvo
- Radioterapia
- Transplante de células tronco
- Cirurgia
Suplicy também já realiza tratamento com óleo de cannabis para a doença de Parkinson, que foi diagnosticada em 2023.
+ Eduardo Suplicy revela ter Parkinson e diz que faz tratamento com cannabis medicinal
Pessoas com o mesmo diagnóstico
Algumas personalidades brasileiras já foram acometidas pelo linfoma de não Hodgkin. Veja quais:
- Gloria Perez
- Edson Celulari
- Reynaldo Gianecchini
- Dilma Rousseff
- Jorge Aragão
*Dr. Jayr Schmidt Filho : Líder do Centro de Referência em Neoplasias Hematológicas do A.C.Camargo Cancer Center – CRM 127063/SP