Centenas de políticos terão que deixar os cargos que ocupam no próximo dia 2 de abril para se tornarem aptos a disputar outros postos. Dos 27 governadores, sete devem renunciar para concorrer a novas funções e já estão limpando as gavetas. Wellington Dias (PT-PI), Flávio Dino (PSB-MA) e Camilo Santana (PT-CE) disputarão uma vaga no Senado. Por sua vez, João Doria (PSDB-SP) será candidato a presidente e Eduardo Leite (RS) cogita deixar o PSDB rumo ao PSD para também entrar na corrida presidencial, após não ter se resignado com a derrota nas prévias tucanas. Os dois petistas que deixarão os governos estaduais serão sucedidos por mulheres: Maria Regina Sousa assumirá o governo do Piauí e Maria Izolda Cela o do Ceará. Doria será substituído por Rodrigo Garcia.

Reeleição

Dos outros 20, pelo menos 15 já decidiram permanecer nos cargos e disputar a reeleição. É o caso dos governadores Cláudio Castro (PL-RJ), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR). Outros quatro, como Rui Costa (PT-BA) e Paulo Câmara (PT-PE), devem seguir nos cargos até o fim dos segundos mandatos e deverão pendurar as chuteiras. Por ora.

Ministros

No governo federal, a mudança será ainda maior. Pelo menos 11 dos 23 ministros deverão deixar os postos para disputar algum cargo eletivo. Três deverão concorrer aos governos estaduais: Tarcísio de Freitas (SP), João Roma (BA) e Onyx Lorenzoni (RS). Outros sete devem ser candidatos ao Senado, como é o caso de Flávia Arruda e Tereza Cristina.

A rasteira dos Calheiros no MDB

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Enquanto a direção do MDB negocia uma federação com o PSDB ou com o União Brasil, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e seu filho, o governador Renanzinho (AL), reúnem-se com Lula e anunciam que apoiarão o ex-presidente, independentemente da posição da cúpula do partido ao qual pertencem. O MDB, na verdade, é uma sigla onde os caciques de cada estado costumam dar as cartas à revelia da Executiva Nacional.

Retrato falado

“Quando Lula fala, parece que vai chover picanha do céu e jorrar cerveja pela torneira” (Crédito: Andre Ribeiro)

Sergio Moro já está em campanha pelo interior tentando implodir a polarização entre os extremos. Em Bebedouro (SP), o ex-juiz partiu para o ataque contra Lula e Bolsonaro. Sobre o petista, o ex-magistrado diz que ele vive de falsas promessas, insinuando que se for eleito vai chover picanha e escorrer cerveja pelo ladrão. Já o ex-capitão, segundo Moro, afirma que vai combater a corrupção, mas o que ele quer, de fato, é priorizar a defesa da sua família em detrimento da lei.

Campeão de juros

Bolsonaro vem batendo recordes atrás de recordes, mas todos negativos. Depois de causar a maior devastação da Amazônia em toda a história, ter provocado 14 milhões de desempregados e ter levado a inflação acima dos dois dígitos, o seu governo transformou o Brasil em líder do ranking dos juros mais elevados do planeta. Ao subir taxa Selic para 10,75%, o atual governo alcançou a marca de 6,41% de juros reais. É a maior do mundo, à frente da Russia (4,61%), Colômbia (3,02%), Chile (2,09%) e México (1,99%), os cinco países com as taxas de juros reais mais nocivas para o desenvolvimento dos negócios. Com juros estratosféricos, o Brasil pode
cair na estagflação.

Novo governo

A esperança agora é que um novo presidente retome o caminho do crescimento e certamente isso não se dará com Bolsonaro. Se pegarmos a lista com as taxas de juros dos 40 países mais desenvolvidos, vamos ver que os mais democráticos lideram o ranking das menores taxas de juros reais, como EUA e França.

Vera Cruz renasce

Construídos há 72 anos para abrigar a primeira indústria cinematográfica brasileira, os Estúdios Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, estão sendo recuperados pela prefeitura do ABC. Na sexta-feira, 4, o prefeito Orlando Morando e o presidente da Band, João Carlos Saad, assinaram o termo de permissão para uso do local.

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MasterChef

A Band anunciou que passará a gravar o MasterChef no local a partir de março, além de utilizar o espaço para produzir outros programas televisivos (filmes e séries). A emissora poderá usar os estúdios cinematográficos, com 3,6 mil metros quadrados, pelos próximos três anos, período pelo qual pagará R$ 15,7 milhões à prefeitura, segundo Morando.

Puxadores de votos

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Os partidos estão dando grande importância à formação de bancadas fortes de deputados, pois quanto mais parlamentares elegerem à Câmara, mais dinheiro do fundo eleitoral e partidário receberão para as eleições futuras. Em São Paulo, 13 vereadores bem votados em 2020 concorrerão a uma vaga na Câmara, como são os casos de Eduardo Suplicy (PT) e de Érica Hilton (PSol).

Toma lá dá cá

Alvaro Dias, líder do Podemos no Senado (Crédito:Divulgação)

Por que o senhor resolveu assumir o Podemos do Paraná?
Pretendo contribuir com a eleição de bons candidatos para a Assembleia, Câmara dos Deputados e Senado, que dêem sustentação ao projeto nacional liderado por Sergio Moro.

Ainda é viável a aliança do Podemos com o União Brasil?
É nosso desejo o fortalecimento deste caminho do meio, que afaste a radicalidade dos extremos e viabilize a construção de um projeto de Nação, com lucidez, competência
e equilíbrio. E isso passa pela coligação de Moro presidente com o União Brasil de vice.

Moro conseguirá romper a polarização?
Seria inadmissível imaginar que temos apenas duas correntes do pensamento político, que semeiama intolerância e a incompetência.

Rápidas

* Diante da iminência de não se reeleger, cresce a hipótese de Bolsonaro renunciar e ser candidato a deputado para obter imunidade parlamentar e não ir para cadeia a partir de janeiro de 2023, quando ficaria sem mandato. Mourão assumiria e daria um cargo ao capitão.

* Raposa velha, Lula negocia com o PSB e com o PSD quem será seu vice. Por enquanto, Alckmin leva vantagem, mas Kassab está doido para entrar nessa disputa e ser ele próprio o companheiro de chapa do petista.

* Marcio França (PSB) levou uma tunda. Queria ser candidato a governador de São Paulo e, para isso, tirou Alckmin do caminho, covencendo-o a ser vice de Lula. Agora, o PT exige que o PSB para apoie Haddad e França dançou.

* Sergio Moro escolheu o publicitário argentino Pablo Nobel para ser o marqueteiro da sua campanha. Nobel começou a carreira na equipe de Duda Mendonça, já falecido, quando o baiano trabalhava para Lula: mundo pequeno.