As ligas organizadoras dos campeonatos europeus e um vasto grupo de clubes pediram nesta terça-feira para serem consultados e poderem negociar com a Uefa o polêmico projeto de reforma do formato da Liga dos Campeões.
“Temos que estar incluídos no processo de decisão sobre o futuro das competições europeias”, declarou Lars-Christer Olsson, presidente da associação de Ligas Profissionais (European Leagues), em uma coletiva de imprensa em Madri, após uma reunião que contou com a presença de 244 clubes.
“O processo tem que mudar, da informação à verdadeira negociação (…). As competições domésticas têm que ser a base das competições internacionais. É preciso se classificar para as competições da Uefa através dos campeonatos nacionais. Sem isso, é impossível manter o interesse dos torcedores”, completou Olsson, afirmando falar em nome de uma “vasta maioria de clubes presentes”.
A reunião desta terça-feira em Madri parece uma tentativa de buscar uma posição comum antes da reunião no mais alto nível na Suíça entre o Comitê Executivo da Uefa e a direção da European Leagues, para um “diálogo sobre o futuro do futebol profissional na Europa”.
De acordo com vários veículos da imprensas, a Associação de Clubes de futebol (ECA) e seu presidente, Andrea Agnelli (Juventus), presente na reunião desta terça-feira, têm como objetivo reduzir a incerteza esportiva em benefício dos gigantes continentais.
Rumores falam de um novo formato da Champions, que seria disputada em quatro grupos de oito equipes, com os cinco melhores times de cada grupo garantindo classificação direta para a próxima edição da competição, independentemente das classificações nos campeonatos nacionais, com possíveis repescagens para os sextos e sétimos colocados.
Estas informações indignaram os clubes mais modestos e também as ligas organizadoras dos campeonatos nacionais, que temem ver suas competições desvalorizadas, principalmente se a reforma também influenciar o calendário doméstico com jogos europeus durante os fins de semana.
“Não se pode reformar nada nas competições europeias sem o acordo das Ligas Nacionais”, afirmou o presidente da Liga espanhola, Javier Tebas.
jed/gr/psr/am