BRUXELAS, 18 FEV (ANSA) – A legenda ultranacionalista Liga, do ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, pode se tornar o partido mais votado do país e o segundo com a maior bancada no Parlamento Europeu após as eleições deste ano.   

Entre 23 e 26 de maio de 2019, os Estados-membros da União Europeia vão às urnas para renovar o poder Legislativo do bloco, em um pleito que é aguardado com ansiedade por movimentos eurocéticos e de extrema direita.   

Segundo uma projeção do próprio Parlamento Europeu, com base em pesquisas de âmbito nacional nos 27 Estados-membros remanescentes, a bancada da Liga pode subir de seis para 27 eurodeputados, o que a deixaria atrás apenas da União Democrata-Cristã (CDU), da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, com 29.   

Já o aliado da Liga no governo italiano, o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), subiria de 14 para 22. Por outro lado, o Partido Democrático (PD), que tem a maior bancada de centro-esquerda na UE, cairia de 26 para 15.   

No Parlamento Europeu, no entanto, os partidos precisam se organizar em blocos supranacionais, ou ficam sem poder de influenciar os rumos da União.   

Segundo a projeção mais recente, os grupos Reformistas e Conservadores Europeus (ECR, na sigla em inglês), que é formado por legendas nacionalistas, e Europa das Nações e da Liberdade (ENF), de extrema direita e anti-imigração, podem superar os Socialistas e Democratas (S&D), que hoje detêm a segunda maior bancada.   

O ENF é formado por partidos como a Liga e a francesa Reunião Nacional, de Marine Le Pen. A situação, contudo, ainda é incerta, já que muitas novas siglas, como a legenda A República em Marcha, do presidente da França, Emmanuel Macron, ainda não anunciaram a quem se juntarão.   

O próximo Parlamento Europeu terá 705 deputados – o atual tem 751 por causa do Reino Unido -, e os principais cargos do bloco são reservados aos grupos de maior bancada. (ANSA)