BRASÍLIA, 11 DEZ (ANSA) – A Liga Árabe alertou nesta segunda-feira (10) o presidente eleito, Jair Bolsonaro sobre os possíveis efeitos da transferência da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, defendida pelo militar da reserva desde a campanha eleitoral. “O mundo árabe tem muito respeito pelo Brasil e queremos não apenas manter as relações, mas também melhorá-las e diversificá-las”, disse Ahmed Avoul-Gheit, secretário-geral do grupo de 22 Estados de religião muçulmana espalhados entre o Oriente Médio e o norte africano. A Liga entregou uma carta ao Ministério das Relações Exteriores brasileiro nesta segunda-feira (10) dizendo que a mudança pode afetar as relações multilaterias. Embaixadores de nações árabes se reunirão nesta terça-feira (11) em Brasília para discutir o plano de Bolsonaro.   

O comércio com os países árabes responde por 5% do PIB nacional e gera superávit comercial de R$ 7 bilhões ao país. Perguntado sobre a mudança de cidade da representação diplomática, o filho do presidente eleito, Eduardo Bolsonaro, que é um dos conselheiros do pai, afirmou que a mudança “sai, o negócio é quando”, em entrevista ao jornal “Valor Econômico, na semana passada.”Eu sou entusiasta para que seja no primeiro mês do governo”, disse o parlamentar, que foi reeleito como deputado federal pelo estado de São Paulo com a maior votação do país (1,8 milhão de votos).   

Bolsonaro anunciou durante a campanha eleitoral a intenção e transferir a embaixada, assim como já fizeram Estados Unidos e Guatemala. Após a declaração, o Egito cancelou uma visita oficial do atual ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, alegando problemas de agenda. Tradicionalmente, o Brasil defende a solução de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina. (ANSA)