ROMA, 16 JUL (ANSA) – O ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, escolheu o ex-subsecretário do Ministério de Infraestrutura e Transportes Armando Siri, que é investigado por corrupção, para apresentar a proposta do partido ultranacionalista Liga para a chamada “flat tax”, que criará uma alíquota única no imposto de renda.   

Em uma reunião com organizações da sociedade civil no Ministério do Interior nesta segunda-feira (15), Siri ilustrou um projeto que prevê a criação de uma alíquota única de 15% para famílias com renda anual de até 55 mil euros. Segundo ele, a medida beneficiaria cerca de 40 milhões de pessoas, dois terços da população da Itália.   

“Haverá um grande impulso ao consumo e economia de 3,5 mil euros por família com um filho. Pretendemos levar aos bolsos dos italianos de 12 a 13 bilhões de euros”, disse Siri, de acordo com pessoas presentes na reunião. O ex-subsecretário, no entanto, não citou de onde será tirado o dinheiro para compensar a perda de arrecadação.   

Aliado próximo de Salvini, Siri é alvo de um inquérito que apura o suposto pagamento de propinas por parte de empresários do setor eólico. “Estamos em um estado de direito. Se alguém não é declarado culpado, no que me diz respeito a pessoa é inocente.   

Armando Siri é um dos principais especialistas da Liga sobre flat tax”, declarou o ministro, justificando a presença do ex-subsecretário na reunião.   

A proposta da flat tax ainda encontra resistência nos sindicatos. “Não se pode continuar a reduzir impostos quando temos 120 bilhões de euros de evasão fiscal”, disse o secretário da Confederação-Geral Italiana do Trabalho (Cgil), Maurizio Landini. (ANSA)