Coluna: Mineração S.A.

Com 10 anos na área de mineração, Gabriel Guimarães é advogado especialista do setor mineral, com atuação em empresas nacionais e estrangeiras.Também com 10 anos de atuação no setor, Eduardo Couto é presidente da Comissão Especial de Direito Minerário da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), vice-presidente jurídico e institucional do Grupo Cedro Participações e conselheiro do Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais (Sindiextra).

Líderes globais do setor mineral concluem acordo com o poder público para reparação integram do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana

Destroços da localidade de Bento Rodrigues, que foi destruída por avalanche de lama após rompimento de barragem da Samarco em Mariana (MG)
Destroços da localidade de Bento Rodrigues, que foi destruída por avalanche de lama após rompimento de barragem da Samarco em Mariana (MG) Foto: Reuters

As empresas globais Vale S.A., BHP Billiton Brasil Ltda. e a Samarco Mineração S.A. celebraram acordo definitivo e substancial com o Governo Federal, com os Governos do Estado de Minas Gerais e do Espírito Santo, com defensorias públicas e demais entidades públicas, envolvendo as demandas originadas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana – MG, em 5 de novembro de 2015.

O Presidente da Vale, Gustavo Pimenta, ressaltou o compromisso da Empresa com o País, elogiou a condução do acordo e destacou que a conclusão das negociações, da forma que foi tratada, com a presença do Poder Público, garante a legitimidade, transparência e a segurança jurídica: “O Acordo Definitivo permitiu uma resolução mutuamente benéfica para todas as Partes em termos justos e eficazes, ao mesmo tempo que criou certeza e segurança jurídica. É o resultado de um processo de mediação de alto nível conduzido pelo Tribunal Regional Federal da 6a Região, com diálogo aberto e transparência. O engajamento das autoridades brasileiras e dos entes públicos garantiu legitimidade ao acordo, que foi respaldado por critérios sociais, ambientais e técnicos. Este importante acordo também reforçaria nosso compromisso com a sociedade brasileira e com um futuro melhor para as pessoas, as comunidades e o meio ambiente”.

O Acordo previu um valor total aproximado de R$ 170 bilhões de reais, contemplando obrigações pretéritas e por vir, com foco no atendimento às pessoas, comunidades e o meio ambiente, impactados pelo rompimento da estrutura. Esses valores podem ser divididos em 3 linhas de obrigações: i) R$ 100 bilhões: pagamentos parcelados ao longo de 20 anos aos Governos federal, estaduais e municipais, para financiamento de programas e ações compensatórias relacionadas às políticas públicas; ii) R$ 32 bilhões: Obrigações de fazer da Samarco, nessas inseridas as iniciativas de indenização individual, reassentamento e recuperação ambiental; iii) R$ 38 bilhões: Valores de investimentos já realizados em medidas de remediação e compensação.