Líderes europeus visitam Ucrânia e cobram cessar-fogo da Rússia

ROMA, 10 MAI (ANSA) – Em uma missão altamente simbólica, os líderes de Alemanha, França, Reino Unido e Polônia se reuniram neste sábado (10) com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em Kiev, para uma demonstração conjunta do apoio “inabalável” ao país e pressionar a Rússia por um “cessar-fogo completo e incondicional de 30 dias”.   

Esta é a primeira vez que o presidente da França, Emmanuel Macron, o premiê do Reino Unido, Keir Starmer, o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, e o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, visitam juntos a Ucrânia, em guerra desde fevereiro de 2022 após a Rússia deflagrar uma invasão.   

Todos eles foram recebidos na estação ferroviária de Kiev por Zelensky.   

O grupo, juntamente com os Estados Unidos, pediram para o governo de Vladimir Putin concordar com um “cessar-fogo abrangente e incondicional de 30 dias para criar espaço para negociações sobre uma paz justa e duradoura”, segundo nota conjunta.   

Eles acreditam que “o derramamento de sangue deve parar, a Rússia deve interromper sua invasão ilegal e a Ucrânia deve ser capaz de prosperar como uma nação segura, protegida e soberana dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas para as próximas gerações”.   

O novo chanceler alemão propôs endurecer as sanções contra a Rússia se Vladimir Putin se recusar a concordar com um cessar-fogo. Já Macron pediu “conversas diretas” entre Moscou e Kiev no contexto do cessar-fogo de 30 dias solicitado por europeus, americanos e ucranianos.   

Esta proposta de trégua, que deve ser implementado sem pré-condições para abrir caminho para negociações de paz significativas, também foi apoiada pela União Europeia (UE).   

“Estamos prontos para manter forte pressão sobre a Rússia e impor sanções mais severas em caso de violação do cessar-fogo.   

Nosso objetivo é claro: uma paz justa e duradoura para a Ucrânia, crucial para a segurança e a estabilidade em todo o nosso continente”, escreveu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.   

Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse, em entrevista à ABC, que a pré-condição para um acordo que leve a uma trégua de 30 dias entre a Rússia e a Ucrânia é a interrupção do fornecimento de armas a Kiev.   

O representante do governo Putin destacou que a Ucrânia não está pronta para negociações, negando que “seja Putin quem esteja se segurando”. “O presidente está fazendo todo o possível para resolver o problema e chegar a um acordo de paz”, garantiu.   

Além disso, Peskov rebateu as ameaças de Merz, ressaltando que os russos estão “acostumados com sanções” e já sabem “como evitar e reduzir seus efeitos”. (ANSA).