LONDRES, 24 OUT (ANSA) – Os líderes da Coalizão dos Dispostos se reuniram nesta sexta-feira (24), em Londres, para discutir novas formas de apoio militar à Ucrânia, incluindo o fornecimento de mísseis de longo alcance capazes de atingir alvos dentro do território russo.
A rodada de negociações contou com a presença do primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, os premiês da Dinamarca, Mette Frederiksen, e da Holanda, Dick Schoof, além de outros líderes em vídeoconferência.
Em coletiva de imprensa, todos prometeram apoio contínuo à Ucrânia e elogiaram as sanções anunciadas recentemente pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE) ao petróleo russo.
Para Rutte, elas “aumentarão significativamente a pressão” sobre o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Starmer, por sua vez, destacou que “o Reino Unido está pronto para agir em conjunto com a UE sobre ativos soberanos russos para liberar bilhões e ajudar a financiar a defesa da Ucrânia”.
O premiê britânico enfatizou a necessidade de “avançar neste projeto o mais rápido possível” e classificou as exigências de Putin por territórios ucranianos são “ridículas”.
Segundo ele, os países aliados e os EUA estão “mais unidos do que nunca” e precisam “fortalecer as capacidades de longo alcance de Kiev.
Já o presidente francês, Emmanuel Macron, que participou do encontro por videoconferência a partir de Paris, anunciou o envio de novos armamentos a Kiev: “Nos próximos dias, entregaremos mísseis Aster adicionais, novos programas de treinamento e novos caças Mirage”.
Até o momento, a França enviou três dos seis aviões Mirage 2000 prometidos, usados para o treinamento de pilotos ucranianos. Uma das aeronaves foi abatida em julho.
Antes do encontro, o premiê do Reino Unido recebeu Zelensky em Downing Street e também destacou a necessidade de fortalecer a capacidade defensiva da Ucrânia, acrescentando que “há um trabalho vital da Coalizão dos Dispostos nas garantias de segurança necessárias”.
O líder ucraniano alertou para o risco de uma nova catástrofe humanitária no país em razão da intensificação dos ataques russos à infraestrutura energética ucraniana: “Putin quer um desastre humanitário na Ucrânia neste inverno”.
Além disso, Zelensky enfatizou que a integridade territorial do pais não é negociável. “Questões de integridade territorial e qualquer suposta troca de território não devem recompensar o agressor nem encorajar futuras agressões”, afirmou ele, segundo o jornal “The Guardian”. “Somente uma solução forte e justa para acabar com a guerra realmente funcionará”.
Enquanto isso, a Hungria sinalizou sua intenção de driblar as sanções impostas pelos Estados Unidos a empresas petrolíferas russas.
O primeiro-ministro Viktor Orbán afirmou em entrevista à Rádio Kossuth que seu governo “está trabalhando em maneiras de contornar essas sanções”, alegando que “qualquer pessoa que queira reduzir os preços dos serviços públicos deve defender o direito da Hungria de comprar petróleo e gás da Rússia”.
Em paralelo, a agência estatal russa RIA Novosti informou que Kirill Dmitriev, representante de Putin para cooperação econômica estrangeira, está nos Estados Unidos para continuar as negociações econômicas com autoridades norte-americanas.
A reunião em Londres reforça o compromisso dos aliados ocidentais com a defesa da Ucrânia, em um momento em que o conflito entra em mais um inverno de incertezas e escalada militar. (ANSA).