Os líderes democrata e republicano do Senado dos Estados Unidos disseram nesta terça-feira (19) que Washington não poderá aprovar um novo pacote de ajuda para a Ucrânia antes do final do ano, enquanto os dois partidos continuam buscando um compromisso.

“Enquanto os negociadores trabalham nos assuntos pendentes, esperamos que seus esforços permitam ao Senado tomar medidas rápidas […] no início do novo ano”, indicaram o democrata Chuck Schumer e o republicano Mitch McConnell em um comunicado conjunto.

“Ao logo do restante do ano, os negociadores do Senado e o governo seguirão trabalhando de boa-fé para finalizar o acordo”.

“Há pontos desafiadores, mas estamos comprometidos em abordar as necessidades da fronteira sul e em ajudar os aliados e parceiros que enfrentam sérias ameaças em Israel, Ucrânia e no Indo-Pacífico. O Senado não deixará sem resposta esses desafios de segurança nacional”, conclui o comunicado.

O anúncio do Capitólio representa mais um revés para o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, cujo governo alertou sobre a “extrema necessidade” de armas antes do inverno.

Zelenski viajou a Washington a meados de dezembro, sua terceira visita à capital dos Estados Unidos em um ano, para buscar ajuda. Em entrevista coletiva nesta terça-feira, ele se mostrou otimista de que os Estados Unidos “não trairão” sua nação sitiada.

O impasse no Congresso também é um golpe para o presidente americano, Joe Biden, que transformou o apoio à Ucrânia e o fortalecimento da Otan em bandeiras de sua política externa.

No entanto, após quase dois anos da invasão russa da Ucrânia – e do envio de mais de US$ 110 bilhões (R$ 540 bilhões) dos contribuintes autorizados pelo Congresso -, surgiram dúvidas sobre o apoio dos Estados Unidos.

Em particular, os republicanos começaram a considerar os custos demasiado altos e condicionaram seu apoio a um novo pacote de ajuda.

No entanto, o fracasso do Congresso em aprovar a ajuda adicional não significa o fim da assistência americana a Kiev.

Os representantes retornam ao trabalho em 8 de janeiro, e tanto republicanos quanto democratas expressaram suas intenções de aprovar a ajuda, incluindo aspectos militares, humanitários e macroeconômicos.

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