Marcos Roberto de Almeida, o “Tuta”, e Marcos Willians Herbas Camacho, o “Marcola”, líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), ficarão presos na mesma Penitenciária Federal de Brasília, unidade de segurança máxima localizado no Distrito Federal.
Tuta foi entregue às autoridades brasileiras no domingo, 18, depois de ser capturado em Santa Cruz de la Siera, na Bolívia, em uma ação coordenada entre agentes da Polícia Federal e da Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (Força Especial de Combate ao Crime, em português) boliviana.
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O criminoso estava foragido desde 2021 e foi condenado por associação criminosa e lavagem de capitais. Na facção, Tuta é considerado “sucessor” de Marcos Willians, de quem agora será colega na prisão.
Marcola, por sua vez, está preso desde 1999 e suas condenações somam mais de 300 anos de prisão. Principal liderança histórica do PCC, ele foi transferido para a Penitenciária Federal de Brasília em janeiro de 2023. Segundo Flávio Dino, então ministro da Justiça e Segurança Pública, a mudança ocorreu após a descoberta de um “suposto plano de fuga” do criminoso.
Ambos ficarão em uma das cinco prisões federais brasileiras — todas de segurança máxima. A primeira delas, em Catanduvas, no Paraná, foi inaugurada em junho de 2006. Marcola já foi um detento de Brasília, após uma transferência junto de outros 21 lideranças do PCC, em 2019. Essa passagem durou até março de 2022, antes da ida para Rondônia.
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Penitenciária federal de Brasília
Quem é Tuta
Marcos Roberto também atendia pelos codinomes Angola, Africano, Marquinhos, Tá bem, Boy e Gringo. Ele era considerado foragido desde 2020, após passar a tomar decisões estratégicas da facção, como fluxo de caixa e levantamento de informações de autoridades, segundo o MPSP.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), ligado ao MPSP, deflagrou a Operação Sharks, em 2020, que tinha como objetivo prender Tuta, mas os agentes não obtiveram sucesso. No ano de 2023, a segunda fase da ação mirou “laranjas” que supostamente atuavam diretamente com Tuta.
Então o nome de Marcos Roberto de Almeida foi incluído na Lista de Difusão Vermelha da Interpol, e foi com base nisso que as autoridades bolivianas conseguiram identificar o suspeito. No primeiro momento, ele apresentou uma identidade boliviana falsa com o nome de Maycon Gonçalves da Silva, nascido em 25 de março de 1971.
Tuta chegou a ser detido em 2006 durante uma abordagem em Guarulhos, São Paulo, e teria oferecido R$ 50 mil aos policiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) para que não fosse levado a uma delegacia. Ele foi condenado a 23 anos de prisão por latrocínio (roubo seguido de morte), roubo qualificado, ameaça, cárcere privado, uso de documento falso, falsificação de documento público, corrupção ativa e dano qualificado, mas deixou o presídio em 2014, devido à progressão de pena para o regime aberto.