Quatro líderes da Igreja Universal do Reino de Deus, entre eles o bispo Honorilton Gonçalves, foram acusados e indiciados pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Angola por lavagem de dinheiro e associação criminosa. As informações são do UOL.

Além de Gonçalves, ex-homem forte da TV Record e pessoa de confiança do bispo Edir Macedo, também são réus “não presos” no processo-crime o bispo angolano Antonio Pedro Correia da Silva, ex-presidente da igreja no país, e os pastores brasileiros Valdir de Sousa dos Santos e Fernando Henriques Teixeira, ex-diretor da TV Record África.

Os religiosos angolanos decidiram romper definitivamente com a direção brasileira da Universal, comandada por Edir Macedo, acusando a igreja brasileira de vários crimes, entre eles racismo, fraudes, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, expatriação de capitais e imposição de vasectomia aos pastores.

Por conta disso, em junho do ano passado, o grupo assumiu o controle de quase todos os 400 templos da Universal em Angola. Em 19 de abril deste ano, a Record teve suas atividades suspensas no país. De acordo com o UOL, a razão apontada foi o fato de a emissora ser dirigida no país por um estrangeiro, Fernando Teixeira, uma vez que a lei local exige que a função seja exercida por um angolano.

Honorilton Gonçalves era, até o rompimento com religiosos locais, o principal dirigente da Universal em Angola, apesar de não ser no papel, pois o cargo de presidente da igreja também só poderia ser ocupado por um angolano. Ele teria tentado fugir do país em setembro do ano passado, mas foi impedido por autoridades migratórias. A Universal do Brasil nega a informação. Gonçalves foi vice-presidente artístico da Record no Brasil até 2013.

Este não é o único problema enfrentado por lideranças da Universal em Angola. No início de abril, 51 missionários brasileiros foram comunicados pelo Serviço de Migração e Estrangeiros que deviam deixar o país o mais rápido possível. De acordo com o governo angolano, os vistos dos religiosos não serão renovados.

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Ainda de acordo com o UOL, Edir Macedo chegou a pedir ajuda ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para tentar interceder junto às autoridades de Angola. Bolsonaro enviou uma carta ao presidente angolano João Lourenço reivindicando um “tratamento adequado” aos brasileiros e à Universal, mas não obteve resultado. O governo angolano tem sido favorável a religiosos locais.


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