COPENHAGUEN, 1 OUT (ANSA) – Os líderes da União Europeia se reuniram nesta quarta-feira (1º) em Copenhague, na Dinamarca, para discutirem um projeto que prevê a elaboração de um muro antidrone para proteger o continente dos dispositivos da Rússia.
A cúpula informal em solo dinamarquês terminou sem conclusões práticas, mas a ideia de tirar do papel a proteção contra os drones de Moscou recebeu “apoio” dos Estados-membros do bloco.
No entanto, a falta de “unanimidade” freou as conversas.
De acordo com o Palácio Berlaymont, a barreira seria uma “zona profunda e multifacetada”, equipada com sistemas tecnologicamente avançados com capacidades antidrones interoperáveis para “detecção, rastreamento e neutralização”. O projeto ainda prevê a possibilidade de acertar alvos terrestres usando tecnologia de “ataques de precisão”.
O plano não mira apenas se proteger dos russos, mas também ajudar o bloco a enfrentar coletivamente outras ameaças, como “respostas a desastres naturais, migração irregular e crimes organizados transnacionais”, inclusive com “múltiplos centros operacionais” trabalhando de forma integrada.
Embora o projeto não tenha sido tratado como prioridade, além da Alemanha ter expressado reservas sobre o assunto, os líderes da UE deixaram claro sua disposição de manter a defesa como responsabilidade dos países e de fortalecer a governança. Os participantes também destacaram “muitos elementos positivos” do documento apresentado pela Comissão Europeia.
Friedrich Merz, chanceler alemão, declarou que a cúpula teve “muitas discussões positivas”, enquanto o presidente do Conselho Europeu, António Costa, revelou que os Estados-membros debateram a “possibilidade de usar os ativos russos imobilizados de forma mais eficiente”.
“A Rússia intensificou seus ataques na Ucrânia. Estamos testemunhando violações do espaço aéreo e atividades indesejadas de drones em vários países europeus. Eles estão nos ameaçando e nos testando, e não vão parar. Falamos muito sobre garantias de segurança para a Ucrânia, mas na realidade é o oposto: a Ucrânia agora é a garantia de segurança da Europa”, declarou a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, anfitriã da reunião.
A chefe de governo escandinava acrescentou que o bloco precisa “fortalecer a produção de drones” e melhorar suas capacidades contra os dispositivos. Além disso, a política defendeu a elaboração de uma “rede europeia antidrones”, bem como de “medidas para detectar e neutralizar intrusões externas”.
“A Europa precisa ser capaz de se defender e precisamos rearmar a Europa. Estamos observando um aumento acentuado no investimento em defesa em todo o nosso continente: isso é positivo, bilhões já foram investidos, mas não é suficiente”, comentou Frederiksen.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, seguiu um discurso semelhante ao da premiê dinamarquesa, já que pediu mais pressão sobre Moscou e defendeu o aumento do apoio aos ucranianos no conflito no leste do continente.
“É hora de aumentar a pressão sobre a Rússia. É hora de mudar a abordagem das sanções e não apresentar mais medidas que sejam posteriormente intensificadas. Ao mesmo tempo, precisamos aumentar o apoio; concordamos com Kiev em gastar dois bilhões de euros em drones”, concluiu. (ANSA).