Líderes da África Ocidental mantêm sanções ao Mali, mas abrem uma saída

Líderes da África Ocidental mantêm sanções ao Mali, mas abrem uma saída

As lideranças políticas da África Ocidental afirmaram neste domingo (5) que manteriam as sanções contra o Mali, mas poderiam suspendê-las se a junta militar no poder acelerar os planos para devolver o governo aos civis.

Esta declaração chega um dia depois de a Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) se reunir para decidir se iria suavizar ou endurecer as sanções contra os regimes golpistas de Mali, Burkina Faso e Guiné.

Esses três países estão suspensos da CEDEAO, que impôs sanções econômicas e financeiras ao Mali em janeiro, e ameaça fazer o mesmo com os outros dois.

Não houve acordo na cúpula de sábado e a decisão ficou adiada para a reunião de 3 de julho.

Os Estados-membros da CEDEAO afirmaram em um comunicado hoje que “manteriam” as sanções impostas ao Mali em 9 de janeiro, mas que seguiriam dialogando com a junta no poder “com vistas a obter um acordo que garanta o levantamento gradual das sanções”.

Para isso, os militares em Bamako deverão acelerar a transferência de poder a um governo democrático, acrescentaram. A junta afirmou, em princípio, que se manteria no poder por cinco anos, mas, depois das sanções da organização regional, eles reduziram esse período para dois anos. Agora, a CEDEAO exige que os militares deixem o poder em 16 meses.

O oeste da África presenciou uma sucessão de golpes de Estado de coronéis e tenentes-coronéis em menos de dois anos: em 18 de agosto de 2020 no Mali, 5 de setembro de 2021 na Guiné e 24 de janeiro de 2022 em Burkina Faso.

Em seu comunicado, a CEDEAO insta Burkina Faso e Guiné a apresentar um “calendário de transição aceitável”, apesar de ambos os regimes militares pretenderem ficar no poder por três anos.