As finais da NBA começam nesta quarta-feira, às 22 horas, no Complexo da Disney, em Orlando, com um ator principal no palco. Tricampeão da NBA, LeBron James entra em quadra com o Los Angeles Lakers para sua décima decisão, feito alcançado por apenas outros três jogadores: Kareem Abdul-Jabbar, Sam Jones e Bill Russell. O oponente será um velho conhecido, o Miami Heat, que lhe proporcionou dois anéis de campeão e um rastro de mágoa após sua saída para voltar ao Cleveland Cavaliers na temporada 2014-2015.

O técnico Erik Spoelstra não quis falar muito sobre LeBron, mas deixou claro o estrago que o jogador pode causar. “É sempre bom conhecer um jogador que você teve sob sua direção quando ele é um rival mais tarde, mas, no caso do James é diferente, ele pode surpreender sempre com algo novo”, disse.

Ele ficou em Miami para reconstruir uma equipe que havia ficado órfã do principal jogador e demorou seis anos para se recuperar. Presidente da franquia, Pat Riley, foi o responsável por bancar Spoelstra. O treinador fez de Bam Adebayo uma estrela, abraçou Jimmy Butler para ele se sentir em casa e recebeu Jae Crowder e Andre Iguodala em uma troca que mudou o rumo da equipe. Agora é hora de derrubar LeBron.

“Fiquei em silêncio. Não falei nada (para o LeBron). Fiquei muito bravo quando ele foi embora. Foi algo pessoal para mim”, disse Riley, em entrevista à ESPN. “Com o que tínhamos e o que poderíamos ter feito nos cinco ou seis anos seguintes, seria histórico”, acrescentou ao portal Bleacher Report.

Neste seis anos, LeBron conquistou o terceiro título com o Cleveland Cavaliers, perdeu três finais para o Golden State Warriors e se transferiu para o Los Angeles Lakers. A primeira temporada foi ruim. A equipe da Califórnia não conseguiu ir aos playoffs. O astro repetiu o que havia feito em outras equipes, trabalhou nos bastidores e tratou de se livrar de peças indesejáveis. Anthony Davis encaixou perfeitamente no quebra-cabeça. Com um fiel escudeiro, o astro chegou novamente à final. O que, no vocabulário do camisa 23, não significa nada.

“Entendemos que temos peixes maiores para fritar. Há uma meta maior. O trabalho não está terminado”, afirmou LeBron, que se preparou muito para o retorno da temporada. A pandemia da covid-19 que paralisou o torneio de março até julho foi apenas mais um obstáculo na jornada do ala. “Estou em atividade durante todo o ano.”

O Los Angeles entra como favorito para o confronto, algo até incomum na trajetória de LeBron nas dez finais da NBA. Em apenas duas oportunidades, o astro se viu nesta condição. O Miami Heat é o azarão e sabe que terá de parar o astro para conseguir ter sucesso. O ala tem médias de 26,7 pontos, 10,3 rebotes e 8,9 assistências nos playoffs.

Fora de quadra, LeBron também teve um papel importante nos protestos que viveram seu auge em 26 de agosto, quando o Milwaukee Bucks decidiu boicotar um jogo após o episódio com Jacob Blake, que foi alvejado sete vezes pelas costas pela polícia de Wisconsin. A cada entrevista ele firmou sua posição, além de usar suas redes sociais para comentar diversas situações, batendo de frente até com o presidente Donald Trump.