Um chefão da gangue salvadorenha Mara Salvatrucha, a “MS-13”, que é um dos 13 líderes do grupo acusados de narcoterrorismo nos Estados Unidos, José Wilfredo Ayala Alcántara, foi preso na última terça-feira, no aeroporto de Houston, Texas, confirmou a Procuradoria de Nova York nesta quinta-feira (20).

Autoridades mexicanas localizaram Ayala Alcántara – também conhecido como “Índio de Hollywood” – na segunda-feira, em situação irregular, e ordenaram a sua deportação para El Salvador. Seu voo fez escala no aeroporto internacional de Houston, onde a polícia federal e as autoridades americanas de imigração o prenderam.

Ayala Alcántara é acusado de conspiração para fornecer ou ocultar apoio material a terroristas, e de conspiração narcoterrorista. “A carreira abominável de José Wilfredo Ayala Alcántara na MS-13 fechou o círculo”, destacou o promotor do Tribunal Leste de Nova York, Breon Peace, em comunicado.

Os 13 acusados fazem parte da estrutura de comando e controle da MS-13, composta pelas subdivisões Ranfla Nacional, Ranfla en Las Calles e Ranfla en Los Penales. Em fevereiro, a Justiça local acusou 13 líderes da MS-13, incluindo Ayala Alcántara, de delitos de narcoterrorismo que teriam cometido por duas décadas nos Estados Unidos, em El Salvador e no México.

As autoridades judiciais anunciaram, então, a prisão de três dos maiores líderes desta “organização criminosa transnacional”, também no aeroporto de Houston, depois de serem expulsos do México.

Outros três líderes seguem foragidos, e autoridades policiais oferecem uma recompensa de 20 mil dólares por informações que levem à sua captura. Estima-se que outros seis acusados possam estar detidos em El Salvador.

Ayala Alcántara, um dos fundadores da filial da MS-13 em Hollywood, será transferido para Nova York, para ser julgado. O Tribunal Federal do Brooklyn já havia acusado outros 14 membros pertencentes ao “conselho de diretores” da MS-13.

No total, 27 líderes da MS-13 foram acusados no caso aberto contra esta gangue perigosa, que tem fortes ramificações, além de El Salvador, em Estados Unidos, México, Honduras e Guatemala. Todos são acusados de recorrer à violência para intimidar a população civil e obter benefícios e concessões das forças de segurança e de autoridades salvadorenhas, bem como de fabricar e usar explosivos artesanais e tentar manipular o processo eleitoral em El Salvador. Somam-se, ainda, assassinatos, assaltos, extorsões e sequestros.

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