Um importante líder rebelde do Chade, no exílio há vários anos, retornou nesta quinta-feira (18) a N’Djamena, dois dias antes de um diálogo nacional entre a oposição civil e armada e a junta que governa o país.

Líder da União das Forças da Resistência (UFR), Timan Erdimi, de 67 anos, morava no Catar há uma década, depois de tentar derrubar seu tio e ex-presidente Idriss Déby Itno em 2008 e depois em 2019.

Erdimi participará a partir de sábado no diálogo que deve resultar em eleições “livres e democráticas”, assim como no retorno dos civis ao poder.

O fórum foi anunciado pelo comandante da junta militar, o general Mahamat Idriss Deby, e acontece após a assinatura, em 8 de agosto, de um acordo com 40 grupos opositores para o início de um processo de paz.

O diálogo deve durar três semanas e reunirá 1.400 representantes do governo militar, da sociedade civil, de partidos da oposição, sindicatos e grupos rebeldes.

O novo governante assumiu o o poder no ano passado, depois que seu pai e presidente durante 30 anos morreu durante uma operação militar contra os rebeldes.

A negociação de paz deveria ter começado em fevereiro, mas foi adiada em diversas ocasiões pelas divergências entre os grupos rebeldes sobre participar ou não no diálogo.

A UFR está entre os 40 grupos rebeldes que assinaram o acordo e decidiram prosseguir com o diálogo.

O grupo rebelde tentou derrubar o governo em 2008 e novamente em 2019, quando enviou uma coluna de guerrilheiros em 50 veículos a partir da Líbia e através do Sudão.

O avanço foi interrompido pelos bombardeios da aviação da França, aliada na força de segurança da região do Sahel a qual às autoridades do Chade pediram ajuda.