A opositora bielorrussa Svetlana Tijanóvskaya pediu nesta sexta-feira(04) que a comunidade internacional adote sanções contra o regime de Alexander Lukashenko e envie uma missão da ONU ao país para “documentar” as violações dos direitos humanos.

“Meu país está um caos. Manifestantes pacíficos estão sendo ilegalmente detidos, espancados e presos”, disse Tijanóvskaya por videoconferência durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU organizada por iniciativa da Estônia.

“Pedimos à ONU que envie imediatamente uma missão de vigilância à Belarus para registrar a situação no local”, acrescentou.

Tijanóvskaya, que reivindica sua vitória nas eleições presidenciais de 9 de agosto e se refugiou na Lituânia, considerou que o poder de Lukashenko está em “falência moral” e exortou a comunidade internacional a ajudar a acabar com o “cínico desrespeito à dignidade humana no coração da Europa”.

Ela também pediu a imposição de sanções contra altos funcionários bielorrussos que “cometeram violações eleitorais e crimes contra a humanidade”.

Dezenas de milhares de bielorrussos se manifestaram desde o início de agosto contra a reeleição, considerada fraudulenta, de Lukashenko, que lidera a ex-república soviética desde 1994.

Os primeiros protestos foram duramente reprimidos, deixando três mortos e dezenas de feridos. Mais de 7.000 pessoas foram detidas e várias relataram violência e tortura.

Lukashenko conta com o apoio da Rússia, seu principal parceiro econômico e aliado, e denuncia um complô ocidental com o objetivo de destituí-lo do poder.

O representante russo no Conselho de Segurança, Dmitri Poliansky, denunciou nesta sexta-feira a “evidente interferência de potências estrangeiras” em Belarus.

Esta semana, seis jornalistas bielorrussos foram presos por cobrir manifestações de estudantes contra Lukashenko. Nesta sexta-feira, eles foram condenados a três dias de prisão.