05/08/2024 - 6:12
O líder norte-coreano, Kim Jong Un, supervisionou a transferência de 250 lançadores de mísseis balísticos para unidades militares na fronteira sul e chamou as armas de uma “espada poderosa e valiosa” para defender a soberania, informou a imprensa estatal nesta segunda-feira.
A “cerimônia de transferência de 250 lançadores de mísseis balísticos táticos de novo modelo para unidades militares fronteiriças” aconteceu no domingo em Pyongyang e foi presidida por Kim, segundo a agência estatal de notícias KCNA.
Os lançadores são uma “arma tática atualizada de ataque”, afirmou Kim na cerimônia, antes de destacar que os projetou “pessoalmente”.
Esta é a primeira vez que a Coreia do Norte divulga a magnitude de uma transferência de armas para suas unidades fronteiriças, declarou à AFP Han Kwon-hee, especialista da Associação Coreana de Estudos da Indústria de Defesa.
Cada lançador está projetado para conter quatro mísseis, acrescentou Han, antes de recordar que o recente fornecimento de armas norte-coreanas à Rússia pode ter “interferido na capacidade da Coreia do Norte de produzir os mil mísseis”.
A transferência das armas coincide com um momento de agravamento nas relações entre as duas Coreias.
O Norte intensificou os testes de mísseis e enviou centenas de balões carregados de lixo ao Sul.
A Coreia do Sul respondeu com a retomada das transmissões de propaganda ao longo da fronteira, ao mesmo tempo que suspendeu um acordo para reduzir a tensão e voltou a organizar exercícios militares com munição real perto da fronteira.
Este ano, Pyongyang designou a Coreia do Sul como o seu “principal inimigo”, prescindiu dos organismos dedicados à reunificação e reaproximação, e ameaçou com uma guerra por “até 0,001 mm” de território.
Kim destacou que a apresentação das novas armas, no momento em que o país enfrenta os danos provocados por inundações recentes, é uma “manifestação da vontade veemente de nosso partido de seguir adiante com o reforço das capacidades de defesa”.
Fortes chuvas afetaram o norte do país no fim de julho e, segundo a imprensa sul-coreana, até 1.500 pessoas podem ter morrido nas inundações.
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