Líder norte-coreano aberto a dialogar com os EUA se Washington retirar pedido de desnuclearização

O líder norte-coreano, Kim Jong Un, disse que estava aberto a futuras conversas com os Estados Unidos se Washington abandonasse sua exigência de que o país asiático renuncie às armas nucleares, informou a imprensa estatal nesta segunda-feira (22, data local).

“Se os Estados Unidos descartarem sua obsessão delirante com a desnuclearização e, com base no reconhecimento da realidade, realmente desejarem a coexistência pacífica conosco, então não há razão para que não possamos nos reunir”, disse Kim, segundo a agência de notícias KCNA.

Ele afirmou ainda que guarda “boas lembranças do presidente norte-americano”, Donald Trump, com quem se reuniu três vezes no primeiro governo do republicano, em um processo de diálogo que colapsou em 2019.

A exigência americana de que a Coreia do Norte renuncie a seu arsenal nuclear tem sido um foco de tensão entre os dois países e levou a uma onda de sanções da ONU contra Pyongyang.

Kim afirmou que as sanções ajudaram o Norte a “se fortalecer, desenvolver uma resistência e uma capacidade de resistência que não podem ser esmagadas por nenhuma pressão”.

O líder tem insistido que seu país nunca renunciará ao arsenal nuclear.

“O mundo já sabe bem o que os Estados Unidos fazem depois de obrigar um país a renunciar às suas armas nucleares e se desarmar”, afirmou, em uma possível referência ao líder líbio Muammar Gaddafi, cujo governo caiu em 2011 em uma revolta popular apoiada pela Otan.

Kim também sustentou que “não há razão para se reunir com a Coreia do Sul”, apesar de o novo governante desse país, Lee Jae-myung, ter buscado reduzir as tensões entre os dois países.

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