O líder da maioria no Senado dos Estados Unidos, o democrata Chuck Schumer, acusou neste sábado (7) as empresas chinesas de Xangai de “alimentarem a crise do fentanil”, que causou a morte de milhares de pessoas no seu país.

Uma delegação de senadores americanos, liderada por Schumer, chegou neste sábado à China, em um momento em que ambas as potências tentam aliviar as tensões bilaterais.

Os jornalistas que viajam com a delegação relataram que Schumer se reuniu com Chen Jining, secretário do Partido Comunista da China em Xangai, e que o senador sublinhou que os Estados Unidos “não querem dissociar” as duas economias.

Ele também levantou a questão do papel das empresas chinesas na crise da dependência do fentanil, um poderoso opioide sintético usado na medicina, mas que pode ser usado como droga.

“Não é o governo, são as empresas chinesas. Elas estão alimentando a crise do fentanil, que está envenenando comunidades em todo Estados Unidos”, disse Schumer.

Os Estados Unidos sancionaram na terça-feira uma rede chinesa por fornecer substâncias a traficantes de droga, como cartéis mexicanos, para fabricar fentanil e outras drogas sintéticas.

Pequim expressou a sua oposição às sanções, insistindo que o problema dos opiáceos “está enraizado” nos Estados Unidos e não é da sua responsabilidade.

Schumer também disse que tentará levantar as supostas práticas comerciais desleais da China durante a sua visita.

“Muitos dos nossos eleitores acreditam que, em alguns casos, a China não trata as empresas americanas de forma justa”, sublinhou o político democrata.

“Acreditamos que precisamos de reciprocidade, que permita que as empresas americanas concorram tão livremente na China como as empresas chinesas podem competir aqui”, acrescentou.

– Negociações ‘muito produtivas’ –

Segundo a agência Bloomberg, a delegação espera se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, nos próximos dias, em Pequim.

Ao mesmo tempo, está prevista uma reunião entre Xi e o presidente dos EUA, Joe Biden.

Biden levantou na sexta-feira como uma “possibilidade” que este encontro com Xi Jinping aconteça durante a cúpula da APEC, o fórum de cooperação econômica Ásia-Pacífico, em meados de novembro, em San Francisco.

Em maio, vários senadores dos EUA, incluindo Schumer, anunciaram um plano para abordar a crescente influência chinesa no mundo.

Esta iniciativa visa limitar os fluxos de investimento e tecnologia de ponta para o gigante asiático, e dissuadir Pequim de qualquer agressão contra a ilha de Taiwan, que a China considera uma província rebelde.

Questionado sobre as suas expectativas para esta visita, Schumer disse esperar “negociações muito produtivas”.

O Ministério das Relações Exteriores da China disse na quarta-feira que espera que a visita permita “ao Congresso dos EUA compreender a China de uma forma objetiva”.

A viagem irá “promover o diálogo e o intercâmbio entre os órgãos legislativos de ambos os países e injetará elementos positivos no desenvolvimento das relações entre a China e os Estados Unidos”, acrescentou o ministério.

Nos últimos meses, Pequim e Washington retomaram o diálogo de alto nível com uma série de visitas de altos funcionários americanos a Pequim, incluindo o chefe da diplomacia, Antony Blinken, que viajou para a China em junho.

No entanto, a relação bilateral continua tensa devido a várias disputas comerciais, às críticas à estratégia de Pequim no Mar da China Meridional e à questão de Taiwan.

sbr/pz/avl/meb/hgs/an/aa