Líder da maior bancada do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), defende que a discussão sobre a implementação de mudanças na Previdência Social seja realizada o “quanto antes”, independentemente da disputa eleitoral de outubro, quando estará em jogo o comando das prefeituras de todo o País.

“Se o governo já tiver o esboço para discutir com o Congresso e com a sociedade, está na hora. Não tem que esperar eleição. Tem que ser feito logo, as claras. O Brasil não aguenta mais subterfúgios”, afirmou Eunício.

Segundo ele, após o Senado aprovar o impeachment de Dilma Rousseff, o presidente Michel Temer ainda não teve tempo de discutir com as principais lideranças do Congresso o momento certo para o envio da proposta.

Logo após a decisão do Senado de afastar Dilma, Temer viajou para a China, onde participou nos últimos dias do encontro da cúpula do G20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo). Com a chegada de Temer hoje em Brasília, o tema deve ser discutido com alguns dos integrantes da cúpula do governo.

Para o líder do PMDB do Senado, um possível avanço na definição do calendário não ocorrerá, contudo, em decorrência da ampliação das cobranças de integrantes da cúpula do PSDB. Principal aliado do governo no Congresso, os tucanos têm se queixado da possibilidade de o Palácio do Planalto apresentar a proposta apenas após as eleições municipais. “Se optaram por enviar após a eleição, paciência. Eu preferia discutir esse assunto o mais rápido possível”, disse o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), ontem após encontro com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

“Temos um caminho que é o da economia, se a economia reagir e espero que reaja com a nova perceptiva, tudo se acomoda. A reforma da Previdência e também a Trabalhista todo mundo sabe que é preciso fazer. Eu acho que toda essa discussão, com tranquilidade e qualidade, tem que ser feita a partir de agora independentemente das eleições”, considerou o Eunício Oliveira

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Principal nome na disputa pela presidência do Senado, prevista para o próximo mês de fevereiro, o líder do PMDB ressalta, porém, que não pretende fazer “nenhum cavalo de batalha” em torno de temas polêmicos previstos para serem encaminhados pela equipe econômica até o final do ano. “Ninguém conte comigo para fazer radicalismo de direita ou de esquerda. Acho que temos, inclusive, a obrigação de ter boa convivência com a oposição”, afirmou.


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