ROMA, 07 ABR (ANSA) – O líder do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), Luigi Di Maio, fez um novo apelo à legenda de centro-esquerda Partido Democrático (PD) e disse que chegou o momento de “acabar com a guerra” e de “dar um novo governo à Itália”.
Partido mais votado nas eleições de 4 de março, o M5S tem 35% do Parlamento e vem alternando sinais de abertura ao PD (17%) e à ultranacionalista Liga (19%) para conseguir maioria na Câmara e no Senado e levar Di Maio ao cargo de primeiro-ministro.
“Não estou renegando nossas ideias nem as críticas que expressamos asperamente contra o PD, e que o próprio PD não nos poupou. Acho que é a hora em que o senso de responsabilidade com o país nos obriga – ninguém excluído – e acabar com a guerra”, disse o líder do movimento.
Uma parte do Partido Democrático, principalmente aqueles ligados ao ex-premier Matteo Renzi, rejeita qualquer hipótese de se aliar ao M5S, que passou os últimos cinco anos atacando sem trégua a legenda social-democrata. No entanto, outros grupos, liderados pelo ministro dos Bens Culturais Dario Franceschini, preferem adotar uma postura mais aberta.
“Sentemos à mesa para pensar e encontrar juntos uma síntese que sirva a dar respostas”, acrescentou Di Maio. Em seu perfil no Twitter, Franceschini pediu para o PD “refletir” sobre a mudança de postura do M5S e evitar divisões.
Por sua vez, o líder “regente” do partido, Maurizio Martina, elogiou a autocrítica de Di Maio, mas criticou a ambiguidade de seu discurso, que ora faz afagos na centro-esquerda, ora é voltado para Matteo Salvini, secretário da Liga. “A autocrítica é sempre elogiável, mas resta evidente a ambiguidade política.
Continuamos a pensar que o conteúdo faz a diferença. Sob esse ponto de vista, não vejo novidades”, disse.
A troca de palavras amigáveis entre os dois lados foi ironizada por Salvini, que vem batendo na tecla de que, se não houver acordo no Parlamento, será preciso voltar às urnas imediatamente. “Governo Di Maio-Renzi? Governo 5 Estrelas-PD? Mamma mia?”, declarou. A próxima rodada de consultas com o presidente Sergio Mattarella está prevista para a semana que vem. (ANSA)