O líder do movimento libanês pró-iraniano Hezbollah afirmou, nesta quarta-feira (3), que seu grupo lutará “sem limites” se Israel declarar guerra ao Líbano, no dia seguinte à morte do número dois do movimento islamista palestino Hamas perto de Beirute.

“No momento, combatemos no front de forma calculada (…), mas se o inimigo pensar em lançar uma guerra contra o Líbano, vamos combater sem limites, sem restrições, sem fronteiras”, advertiu Hassan Nasrallah em um discurso transmitido ao vivo pela televisão.

“Não tememos a guerra”, afirmou.

Seu discurso ocorre no dia seguinte à morte do número dois do Hamas, Saleh Al Aruri, em um bombardeio atribuído a Israel no subúrbio sul de Beirute, reduto do Hezbollah.

Outros seis dirigentes do movimento islamista palestino morreram no ataque, executado por um drone.

Nasrallah afirmou que o assassinato do líder do Hamas, grupo aliado do Hezbollah, foi um “crime perigoso” e que não “ficaria impune”.

Saleh al Aruri será enterrado na quinta-feira no campo de refugiados palestinos de Shatila, em Beirute.

O Exército israelense não reivindicou a autoria do bombardeio, mas afirmou que se preparava para “qualquer cenário”.

Um funcionário de segurança libanês de alto nível disse à AFP que o número dois do Hamas foi morto por “mísseis guiados”, disparados por um caça israelense.

Desde 8 de outubro, dia seguinte ao início da guerra entre Israel e Hamas, o Hezbollah faz ataques quase diários contra Israel.

As trocas de tiros têm se limitado à região fronteiriça entre os dois países. Desde o início do conflito, 171 pessoas morreram no Líbano, entre elas mais de 120 combatentes do Hezbollah e mais de 20 civis, incluindo três jornalistas, segundo contagem da AFP.

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